Belo Horizonte, 6 de junho de 2025

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Carla Zambelli deixa o Brasil dias após ter sido condenada pelo STF

Ministros do Supremo veem saída de Zambelli como tentativa de escapar da Justiça e avaliam que a deputada pode ser incluída na lista da Interpol
Zambelli deixa o Brasil
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira (03/06), que deixou o Brasil poucos dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo ela, a viagem ao exterior ocorreu inicialmente para buscar tratamento médico. No entanto, Zambelli revelou que pretende morar na Europa, onde possui cidadania, além de solicitar uma licença não remunerada de seu mandato na Câmara dos Deputados.

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Em entrevista ao vivo ao canal do YouTube AuriVerde Brasil, Zambelli justificou a mudança como uma oportunidade para atuar no fortalecimento da direita nos países europeus. Ela afirmou: “Resistir, voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”. A parlamentar citou o exemplo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articula com o governo Trump, nos Estados Unidos, para impor sanções contra autoridades brasileiras. Zambelli pretende seguir caminho semelhante na Europa, estabelecendo conexões com lideranças estrangeiras e denunciando o que chama de “um quadro crescente de perseguição política” no Brasil.

Ainda na entrevista, a deputada declarou: “O caminho nos Estados Unidos já está asfaltado (pelo Eduardo Bolsonaro e pelo Paulo Figueiredo). É justamente por isso que estou escolhendo a Europa. Lá a gente precisa de alguém que fale espanhol, português, inglês. Eu vou desenvolver meu italiano. Quero estar nos principais lugares, falar com o povo francês. Em cada lugar temos pessoas que podem lutar por nós”. Além disso, Zambelli afirmou ter sido usada como “bode expiatório” pela derrota de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, mencionando, especialmente, o advogado Fábio Wajngarten. Ela também relembrou o episódio em que perseguiu um homem armada, na véspera do pleito, fato que, segundo ela, provocou seu afastamento do então presidente e a levou à depressão.

Antes de viajar, a parlamentar emancipou seu filho de 17 anos, com a intenção de que ele possa se candidatar nas eleições de 2026 e herdar seu espólio eleitoral. A administração de suas redes sociais foi delegada à sua mãe, Rita Zambelli. Embora não tenha informado a data oficial do início da licença, Zambelli comunicou que está preparando a documentação para apresentar à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

A saída do país é interpretada por ministros do STF como uma tentativa de fuga para evitar a aplicação da lei penal. Integrantes da Corte avaliam que, se ficar comprovado que sua viagem teve esse objetivo, Carla Zambelli poderá ser considerada foragida, com risco de ter sua prisão preventiva decretada e ser incluída na lista de procurados da Interpol. A PGR, inclusive, já entrou com pedido de prisão da parlamentar, que atualmente enfrenta outras investigações conduzidas pela Polícia Federal.

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