Belo Horizonte, 24 de dezembro de 2024

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Violência contra crianças e adolescentes está amplamente disseminada e afeta milhões em todo o mundo, aponta UNICEF

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Às vésperas da Conferência Ministerial Global pelo Fim da Violência contra Crianças, que acontece esta semana em Bogotá (Colômbia) e reúne dirigentes mundiais, sociedade civil, defensores da infância, sobreviventes de violência e jovens, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) fez um levantamento para que sejam tomadas medidas urgentes de combate à violência, que destrói a vida de milhões de meninos e meninas em todo o mundo.

A violência contra a infância – seja física, emocional ou sexual – constitui uma crise mundial que ocorre nos lares, escolas, comunidades e na internet. Seus efeitos são graves e provocam lesões, infecções via transmissão sexual, problemas de saúde mental como ansiedade e depressão, e morte. A exposição às violências em idade precoce pode causar estresse tóxico, que afeta o desenvolvimento do cérebro e gera agressividade, além de favorecer o abuso de substâncias e a aparição de comportamentos delituosos. Os meninos e meninas que sofrem atos de violência também têm mais probabilidades de serem afetados por ciclos de trauma e violência na idade adulta, o que afeta comunidades inteiras.

“Somos a primeira geração amplamente consciente da incidência, causas e custos da violência contra a infância, e a primeira a conhecer soluções que dão resultado”, disse Sheema SenGupta, diretora global de Proteção contra Violência do UNICEF. “Se investirmos em medidas de prevenção, em educação e em serviços de apoio, podemos romper o ciclo da violência e construir um mundo em que os meninos e meninas estejam seguros”, finalizou ela.

Segundo os últimos dados disponíveis, a nível mundial:

• A cada quatro minutos, em algum lugar do mundo, um menino ou menina morre em decorrência de um ato de violência.

• Quase 90 milhões de meninos e meninas vivos já sofreram episódios de violência sexual.

• 650 milhões de meninas e mulheres (1 de cada 5) vivas foram vítimas de violência sexual na infância. Destas, mais de 370 milhões (1 de cada 8) sofreram violação ou agressão sexual.

• Em contextos vulneráveis, as meninas enfrentam um risco maior, já que a prevalência de violações e agressões sexuais na infância é ligeiramente superior (1 a cada 4).

• Quase 50 milhões de mulheres adolescentes de 15 a 19 anos (1 a cada 6) foram vítimas de violência física ou sexual por parte de seus maridos ou companheiros no último ano.

• Entre 410 e 530 milhões de meninos e homens (aproximadamente 1 a cada 7) foram vítimas de violência sexual na infância. Destes, entre 240 e 310 milhões (aproximadamente 1 de cada 11) foram violados ou agredidos sexualmente.

• 1,6 bilhão de meninos e meninas (2 a cada 3) sofrem castigos violentos de maneira habitual em seus lares; mais de dois terços são vítimas tanto de castigos físicos como de agressões psicológicas.

• A cada ano, a violência tira a vida de, pelo menos, 130 mil crianças e adolescentes menores de 20 anos.

• Os meninos correm um risco maior de morrer por causa da violência: 3 em cada 4 crianças e adolescentes mortos por violência eram meninos.

• O risco de morrer por um ato de violência aumenta drasticamente no final da adolescência: 7 em cada 10 meninos e meninas mortos por causa da violência tinham entre 15 e 19 anos, a maioria do sexo masculino.

• Cerca de 550 milhões de meninos e meninas (aproximadamente 1 a cada 4) vivem em um lar onde a mãe já foi vítima de atos de violência causados pelo companheiro.

A Conferência Global representa uma oportunidade crucial para intensificar os esforços no sentido de pôr fim à violência e garantir um futuro em que todas as meninas e meninos cresçam em segurança. O UNICEF exige uma liderança política firme, políticas e intervenções baseadas em evidências e um financiamento adequado. Além disso, entende que devem ser tomadas medidas em três áreas fundamentais: 1) acesso universal a programas de apoio à criação de filhos, que promovam um cuidado afetuoso e sensível; 2) provisão universal de ambientes escolares seguros e favoráveis; e 3) oferta de serviços de resposta e apoio específicos para todas as crianças que necessitem.

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