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A Rússia iniciou nesta sexta-feira (06/06) uma intensa ofensiva aérea contra a Ucrânia, em retaliação aos recentes ataques ucranianos com drones a bases estratégicas no interior do território russo. Segundo o governo russo, a ação foi uma resposta direta a “atos terroristas” promovidos pela Ucrânia. O bombardeio incluiu mais de 400 drones e 40 mísseis, atingindo principalmente a capital Kiev, mas também outras regiões como Lviv, Ternopil, Tchernihiv e Sumi. As forças russas classificaram a investida como parte de uma resposta coordenada às ofensivas ucranianas contra alvos como linhas ferroviárias e bases aéreas.
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Durante a madrugada, moradores de Kiev enfrentaram uma das noites mais violentas desde o início da guerra, com colunas de fogo e fumaça visíveis por toda a cidade. Estações de metrô lotaram de civis buscando abrigo, enquanto o sistema de transporte foi interrompido após uma linha ser atingida por um drone ou por seus destroços. Ao todo, seis pessoas morreram apenas na capital, enquanto em todo o país 80 civis ficaram feridos, segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Ele confirmou ainda a derrubada de 368 drones e 38 mísseis, incluindo seis mísseis balísticos Iskander-M.
Zelensky apelou para que a comunidade internacional aumente a pressão sobre Moscou. A Ucrânia, por sua vez, continuou seus ataques com drones de longo alcance, atingindo novamente bases aéreas russas estratégicas. Entre os alvos, estavam as instalações de Diaguilevo, perto de Moscou, e a base aérea de Engels-2, na região de Saratov, onde estão localizados bombardeiros Tu-160 com capacidade nuclear e um depósito de ogivas atômicas. O impacto provocou incêndios em tanques de combustível.
Além dos ataques aéreos, os russos também avançam por terra, em especial na região de Donetsk, onde mais um vilarejo foi tomado nesta quinta-feira (05/06). De acordo com o site ucraniano DeepState, referência no monitoramento da guerra, há um novo avanço russo no centro-sul da Ucrânia, rumo à estratégica região de Dnipropetrovsk. Essa área, rica em minerais essenciais, estava vulnerável desde o início do ano. Agora, as tropas russas se encontram a apenas 560 metros da fronteira regional.
O cenário também é preocupante no norte, na região de Sumi, onde a ofensiva russa se intensificou. Apesar disso, essas regiões não aparecem entre as exigências declaradas por Putin para um eventual fim da guerra, o que levanta dúvidas sobre os reais objetivos estratégicos do Kremlin. Em meio à escassez de soldados, a Ucrânia estuda convocar homens com mais de 60 anos para reforçar seu contingente.