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Teixeira já exerceu o cargo de secretário municipal de Mobilidade e Trânsito, entre 2021 e 2023, onde implementou iniciativas como a Faixa Azul, uma pista exclusiva para motos em vias movimentadas da cidade. Sua atuação na gestão de Nunes é bem vista, e, caso não fosse o indicado para a presidência, Teixeira já tinha a possibilidade de assumir outra pasta importante na administração municipal.
O vereador também conta com o apoio de partidos de peso, como o PP e o MDB. O presidente estadual do PP, deputado federal Mauricio Neves, emitiu uma nota destacando a unidade de sua bancada em apoiar Teixeira. “Após reunião com nossa bancada, optamos por apoiar Ricardo Teixeira, um nome forte e preparado para o cargo. Seguimos firmes na defesa da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país, unindo forças em prol da direita”, afirmou. O MDB, aliado de Teixeira, também se alinhou à sua candidatura, confirmando apoio à sua indicação para a presidência da Câmara.
A escolha de Teixeira acontece em meio a um cenário de tensões internas no União Brasil e no MDB. O vereador Rubinho Nunes (União), que inicialmente estava cotado para o cargo, viu sua posição enfraquecer depois de anunciar apoio ao ex-candidato à prefeitura Pablo Marçal (PRTB). Este movimento fez com que Rubinho se tornasse uma “persona non grata” na atual gestão de Nunes, o que abriu espaço para outros nomes dentro do partido.
Com o afastamento de Rubinho, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), cogitou nomes como Silvio Antônio Azevedo, o “Silvão”, e Silvio Ricardo Pereira dos Santos, o “Silvinho”, para a vaga. No entanto, esses dois nomes, que são iniciantes no legislativo, geraram desconforto entre os vereadores, que viam a necessidade de alguém com mais experiência para o cargo. Foi então que Teixeira, com seu histórico político, se destacou como a opção mais sólida para o cargo de presidente da Câmara Municipal.
Com Teixeira indicado para a presidência, o foco agora se volta para a definição dos outros cargos-chave da Mesa Diretora da Câmara. O MDB e o PL terão que decidir quem ocupará a vice-presidência da Casa, enquanto a 1ª secretaria, cargo importante na administração da Câmara, deve ser ocupada por um nome do PT. A votação para a eleição da Mesa Diretora ocorrerá logo após a posse dos vereadores, marcada para o dia 1º de janeiro de 2025.
Essa decisão sobre a presidência tem raízes em um acordo feito em julho, ainda na pré-campanha à prefeitura, quando foi acertado que o União Brasil ficaria com o comando do legislativo municipal, já que o PL havia indicado o vice para a chapa de Nunes.
Milton Leite, atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, que ocupou o cargo por seis anos, se aposentará da política após as eleições de 2024, anunciando que não se candidatará novamente em 2026, após 28 anos de mandato como vereador. Sua saída marca o fim de uma era de liderança no legislativo paulistano, e a chegada de Teixeira à presidência simboliza uma renovação, com o União Brasil assumindo o protagonismo no comando da Câmara Municipal.
Em paralelo à movimentação na Câmara, o prefeito Ricardo Nunes fez ontem o anúncio de dois novos secretários em sua gestão. Celso Caldeira, economista com vasta experiência em gestão pública, foi nomeado para comandar a Secretaria Municipal de Transportes. Caldeira tem um histórico de atuação relevante na área de transporte coletivo e foi responsável pela Coordenadoria de Transporte Coletivo (CTC). Ele também ocupou cargos importantes no Comitê de Elegibilidade e Aconselhamento do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado de São Paulo (CODEC) e na Comissão de Monitoramento de Concessões e Permissões (CMCP).
Além disso, Nunes nomeou Angela Gandra como nova secretária de Relações Internacionais. Gandra, jurista e professora, tem um perfil conservador e foi ex-secretária nacional da Família no Ministério da Mulher. Ela é filha do renomado jurista Ives Gandra Martins e tem se posicionado contra a descriminalização do aborto no Brasil, o que lhe conferiu destaque em círculos políticos mais conservadores. Sua experiência acadêmica e sua atuação em causas jurídicas são vistas como um trunfo para as relações internacionais de São Paulo.