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Cinco integrantes de uma organização criminosa foram presos nesta quarta-feira (28/05), durante operação da Polícia Federal (PF). O grupo, que se autodenominava “Comando C4” — sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos” —, atuava como uma espécie de agência de extermínio e espionagem. Segundo a PF, os criminosos cobravam até R$ 250 mil para monitorar e assassinar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, a quadrilha possuía uma tabela de preços: R$ 150 mil para matar senadores e R$ 100 mil no caso de deputados. A prisão foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF.
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De acordo com os investigadores, o grupo utilizava drones e prostitutas como ferramentas de espionagem para obter informações sobre os alvos. O esquema foi descoberto durante uma investigação que apura um esquema de venda de sentenças judiciais, envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A operação, que ainda corre sob sigilo, localizou a organização criminosa a partir de evidências reunidas nesse mesmo inquérito.
O advogado Roberto Zampieri, morto a tiros no Mato Grosso, foi identificado como peça central na apuração. Em seu celular, a Polícia Federal encontrou registros de negociações sobre decisões judiciais, incluindo menções a juízes de diversos tribunais e até a gabinetes de ministros do STJ. Essas provas reforçaram os indícios de que a organização criminosa estava ligada não apenas à corrupção, mas também à prática de homicídios por encomenda.
Entre os presos estão o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, apontado como mandante, o coronel da reserva Luiz Caçadini, que seria o financiador, e o atirador Antônio Gomes da Silva. O grupo, formado por militares da ativa, da reserva e civis, utilizava veículos clonados e armamento militar, parte do qual foi apreendido em Minas Gerais. Além disso, o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) aparece nas anotações da quadrilha como um dos alvos de interesse. Em nota, Pacheco repudiou as ameaças: “Externo meu repúdio em razão da gravidade que representa à democracia a intimidação a autoridades no Brasil […] Que as autoridades competentes façam prevalecer a lei, a ordem e a competente investigação sobre esse fato estarrecedor trazido à luz.
