Belo Horizonte, 2 de junho de 2025

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Israel abre fogo contra milhares de palestinos famintos em Gaza

Caos e violência marcam a distribuição de alimentos enquanto milhares enfrentam escassez e medo sob bloqueio rigoroso
Israel abre fogo contra palestinos
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O Exército de Israel abriu fogo contra milhares de palestinos famintos que invadiram centros de distribuição de alimentos em Gaza, após quase três meses de bloqueio total à ajuda humanitária. A ofensiva israelense resultou em ao menos 47 feridos, durante uma entrega organizada por uma entidade apoiada por Estados Unidos e Israel, em Rafah, no sul do território. Segundo a ONU, a maioria foi atingida por disparos de soldados, classificados por Tel Aviv como “tiros de advertência”. Além disso, nesta quarta-feira (28), dois palestinos morreram após “hordas de famintos” invadirem um armazém do Programa Mundial de Alimentos (PMA), em Deir al-Balah, no centro de Gaza.

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De acordo com autoridades israelenses, os procedimentos de triagem nos centros de distribuição visavam excluir pessoas supostamente ligadas ao Hamas, acusado por Israel de roubar suprimentos e fortalecer-se militarmente. O Hamas nega essa acusação. Ainda conforme relatos de grupos humanitários, o acesso à ajuda estava condicionado à entrega de dados biométricos, prática que gerou temor entre os palestinos, preocupados com o possível uso dessas informações para rastreamento e ataques. O porta-voz da ONU descreveu as cenas como “desoladoras”, ressaltando que mais de 54 mil palestinos já morreram desde o início da ofensiva israelense, em resposta aos ataques de 7 de outubro de 2023.

A distribuição de alimentos, promovida pela recém-criada Fundação Humanitária de Gaza, rapidamente se transformou em caos, situação que já havia sido prevista pela ONU e outras entidades que se recusaram a colaborar com a organização. Essas instituições alegaram que a fundação não cumpre princípios básicos de neutralidade e imparcialidade. O próprio chefe da fundação renunciou no último domingo (25), afirmando que não seria possível aderir aos princípios humanitários. Segundo as autoridades israelenses, os quatro centros organizados pela fundação realizariam triagens para identificar eventuais vínculos com o Hamas, o que aprofundou a desconfiança da população.

Enquanto isso, o PMA, vencedor do Nobel da Paz em 2020, alertou para a situação alarmante: “Necessidades humanitárias saíram do controle após 80 dias de bloqueio completo a toda assistência alimentar e outros tipos de auxílio em Gaza. O PMA pede um acesso humanitário imediato, seguro e desimpedido para permitir a distribuição ordenada de comida em Gaza”, afirmou a entidade em comunicado. Paralelamente, Israel acusou a ONU de tentar bloquear a ajuda, enquanto o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, defendeu no Conselho de Segurança que “o Estado de Israel facilita continuamente a entrada de ajuda em Gaza”, apesar das críticas internacionais.

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