Belo Horizonte, 6 de janeiro de 2025

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PL em Contagem vive racha após derrota na eleição da Câmara

Divisões internas e disputas por poder expõem fragilidade da oposição ao governo Marília Campos

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O início do ano político em Contagem foi marcado por tensões internas entre os vereadores do Partido Liberal (PL), gerando um cenário de fraturas dentro da oposição ao governo da prefeita Marília Campos (PT). Antes mesmo da posse, em 1º de janeiro, divergências relacionadas à eleição da presidência da Câmara Municipal mostraram o clima conturbado entre os membros da legenda, refletindo um cenário de incertezas e alianças frágeis.

A principal disputa que gerou esse mal-estar foi a decisão de lançar a candidatura isolada do vereador Mauricinho do Sanduíche (PL) à presidência da Câmara. A intenção de marcar uma posição mais firme de oposição dentro da Casa Legislativa teria interferido nas negociações feitas para a formação de uma chapa consensual, que tinha à frente o vereador Bruno Barreiro (PV). A derrota de Mauricinho, que obteve apenas três votos contra os 21 de Barreiro, expôs a fragilidade da articulação e marcou a primeira derrota significativa da oposição ao governo petista na cidade.

A escolha de Mauricinho como candidato, por sua vez, gerou questionamentos dentro do PL. Seu comportamento considerado “explosivo” teria afastado possíveis aliados, prejudicando a construção de uma frente unificada de oposição. A pressão de seus próprios pares para que suavizasse seu estilo e se aproximasse de outros partidos na Câmara foi intensa, com o intuito de evitar o isolamento do PL.

O episódio gerou um desconforto entre os vereadores do PL, especialmente entre os mais votados, como o vereador Pedro Luiz, que defendeu uma postura mais dialogada e criticou a falta de consenso dentro da legenda. “O que a gente ganha com isso? Defendemos um diálogo”, questionou. Nos bastidores, há quem acredite que Pedro Luiz fez tentativas de acordos com Barreiro, mas não conseguiu se alinhar com as expectativas do partido. Ele, no entanto, negou qualquer negociação de cargos, limitando-se a responsabilizar a direção municipal pela polarização que se formou.

Em sua defesa, Mauricinho afirmou que sua candidatura foi uma decisão partidária, e não uma imposição pessoal. “Foi uma construção com o partido; jamais seria uma imposição minha”, destacou. No entanto, ele reconheceu que a candidatura, conforme foi apresentada, carecia de base de apoio suficiente, o que lhe causou receio de ser rotulado como um “extremista de direita” na Câmara.

O racha se agravou ainda mais quando, na véspera da eleição para a presidência, o PL divulgou uma resolução assinada pelo deputado federal Junio Amaral, presidente da legenda, orientando que a bancada votasse em Mauricinho para evitar uma divisão interna. A resolução criticava a “submissão da Câmara à Prefeitura” e reafirmava o compromisso do partido com a independência do poder legislativo local.

Apesar da pressão partidária, o vereador Pedro Luiz declarou que a ameaça implícita da legenda teve peso em sua decisão, mas não deixou claro se concordaria com futuras interferências do partido em sua atuação na Câmara.

Para Junio Amaral, não houve grandes desavenças dentro do partido. “Houve divergências iniciais, mas foram resolvidas internamente”, afirmou. O presidente do PL em Contagem também destacou que a candidatura de Mauricinho representou a posição coerente da legenda, conforme suas diretrizes políticas.

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