Ouça este conteúdo
Nesta terça-feira (26), a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Sisamnes, que revelou um esquema de venda de decisões judiciais em tribunais estaduais, envolvendo milhões de reais. A investigação apontou corrupção nos Tribunais de Justiça de seis estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo e Maranhão.
A operação já resultou em 44 mandados de busca e apreensão e no afastamento de 16 desembargadores e 7 juízes. Entre os envolvidos, alguns receberam ordens de prisão, enquanto outros foram obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas. O esquema também atingiu gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com quatro servidores afastados.
Entre os investigados estão nomes de peso, como o presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, Sérgio Fernandes Martins, além de desembargadores e servidores do TJ-MS. As acusações incluem crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade documental, exploração de prestígio e peculato.
Segundo a PF, o esquema envolvia o pagamento de propinas para favorecer determinadas partes em processos judiciais, como disputas de terra e ações criminais, incluindo casos de narcotráfico internacional. Além disso, informações sigilosas de operações policiais também eram vazadas em troca de dinheiro.
As medidas determinadas pelo STF incluem o bloqueio de bens e valores dos investigados, afastamento de cargos públicos e monitoramento eletrônico. A operação reforça a gravidade da corrupção no sistema judicial brasileiro.