Belo Horizonte, 6 de janeiro de 2025

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Ih, fora! Praia Grande está em guerra com os turistas

Praia Grande em surto de virose e muitos responsabilizam turistas pela disseminação

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Desde as festas de final de ano, Praia Grande tem sido palco de um grande desconforto entre moradores e turistas. Com o aumento significativo de casos de virose, com sintomas como diarreia, náuseas e febre, muitos moradores têm responsabilizado o grande fluxo de turistas durante a alta temporada. No entanto, será que o verdadeiro culpado está nas aglomerações ou há algo mais? A teoria de que os turistas seriam os responsáveis pela disseminação do vírus ganha força, mas a real origem do surto pode estar relacionada à poluição das águas, comprometida pela falta de saneamento adequado e pelo despejo de esgoto nas praias.

Praia Grande e Guarujá apresentam diversas praias com bandeira vermelha, alertando para a imprópria balneabilidade devido à alta concentração de bactérias fecais. As farmácias da região estão com estoque reduzido de medicamentos como Plasil e Floratil, utilizados para aliviar os sintomas da virose.

De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), 15 praias do litoral paulista apresentaram bandeira vermelha por mais da metade do ano de 2024, com destaque para a Vila Tupi, em Praia Grande, que ficou com a água imprópria para banho por 44 semanas. Outras praias como Milionários, Prainha e Gonzaguinha, em São Vicente, também estiveram impróprias por mais de 40 semanas. Além disso, o município de Praia Grande registrou 85,3% de cobertura de rede de esgoto, com uma meta de alcançar 95% até 2028. Mesmo assim, as condições de balneabilidade continuam comprometidas, principalmente devido a fortes chuvas e o aumento de banhistas, que contribuem para a sobrecarga do sistema de esgoto e poluição das águas.

Em 2024, 22% das 175 praias monitoradas pela Cetesb ficaram com condições impróprias para banho. A combinação de esgoto não tratado e poluição difusa, quando a sujeira das ruas é levada para o mar pelas chuvas, eleva o risco de doenças transmitidas pela água, como gastroenterite. Para prevenir infecções, a Cetesb orienta os banhistas a verificarem a qualidade da água antes de entrar no mar, evitando praias com bandeira vermelha, especialmente após chuvas fortes.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) também se manifestou sobre o problema, esclarecendo que as fortes chuvas podem sobrecarregar o sistema de esgoto, que não foi projetado para a entrada de grandes volumes de água pluvial. A empresa informou que está monitorando o sistema de esgoto na Baixada Santista e em outras áreas do litoral e que atua para regularizar falhas quando detectadas.

Portanto, ao invés de culpar os turistas, é crucial entender que as condições precárias de saneamento e a poluição das praias são os verdadeiros vilões por trás do surto de virose. As autoridades recomendam que os banhistas verifiquem a qualidade da água antes de entrar no mar e evitem o banho em praias com bandeira vermelha, especialmente após chuvas intensas, para reduzir o risco de infecções.

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