Belo Horizonte, 28 de dezembro de 2024

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Dólar dispara e fecha acima de R$ 6,20

Após leilão do Banco Central, moeda se aproxima de R$ 6,21; mercado acompanha tensões fiscais e seus impactos na inflação e juros

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O dólar encerrou o penúltimo pregão do ano em alta, registrando um aumento de 0,26% e fechando a R$ 6,1932. Durante o dia, a moeda chegou a bater R$ 6,21, apenas um dia depois do novo leilão do Banco Central.

O leilão à vista, promovido pelo Banco Central na manhã de quinta-feira (26/12), vendeu US$ 3 bilhões, aceitando nove propostas entre 9h15 e 9h20. Inicialmente, a intervenção ajudou a estabilizar o mercado, mas o dólar voltou a subir e superou a cotação registrada no dia anterior.

Esse leilão elevou para US$ 30,77 bilhões o total de operações realizadas pelo Banco Central desde que começou a intervir no mercado cambial, há duas semanas. Esses valores incluem tanto leilões à vista quanto operações de venda de dólares com compromisso de recompra.

O mercado também segue atento às discussões entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e os líderes da Casa, sobre o desbloqueio de emendas parlamentares. Caso as emendas sejam liberadas, o governo federal enfrentará um aumento nos gastos, o que gera preocupação sobre o equilíbrio fiscal, especialmente em um momento em que as contas públicas estão sob vigilância.

A alta do dólar também deve pressionar ainda mais a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), prévia da inflação oficial, registrou um aumento de 4,71% em 2024, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo governo. Além disso, a taxa de desemprego atingiu 6,1% em novembro, renovando o mínimo histórico, indicando uma recuperação no mercado de trabalho.

Para Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, o cenário de aquecimento econômico, impulsionado pelos dados positivos do emprego, combinado à alta do dólar e à inflação crescente, deve acelerar o impacto nos preços. Esse cenário reforça a expectativa de que o Banco Central poderá elevar as taxas de juros em 2025, a fim de conter os efeitos dessa combinação de fatores.

O mercado segue monitorando de perto os próximos passos da economia, com um olhar atento aos ajustes fiscais e às possíveis repercussões do dólar forte no fechamento do ano.

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