Belo Horizonte, 8 de janeiro de 2025

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Crise no PT Mineiro

Falta de apoio na posse de Marília Campos em Contagem expõe tensões internas e a disputa pela liderança do partido em Minas

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A ausência de representantes da Executiva estadual do PT na posse de Marília Campos, prefeita de Contagem, causou desconforto entre aliados da petista e levantou questões sobre as relações internas do partido em Minas Gerais. Contagem é uma das maiores e mais importantes cidades controladas pelo PT no estado, e a falta de apoio visível da direção estadual gerou um mal-estar significativo, refletindo as tensões internas pela liderança do partido em Minas Gerais.

Além de Contagem, a ausência de apoio estadual também se repetiu na posse de Margarida Salomão, prefeita de Juiz de Fora, em um episódio semelhante. A falta de representantes do PT estadual nas cerimônias em cidades tão relevantes para o partido foi vista como um reflexo das disputas internas que marcam o momento político do PT em Minas Gerais.

Para muitos membros do PT, a ausência de figuras chave da Executiva estadual, como o presidente Cristiano Silveira, na posse de Marília Campos, foi considerada um erro estratégico. “É um absurdo. São duas das maiores cidades controladas pelo PT no Brasil, as duas maiores de Minas Gerais, e não tinha nenhum representante da Executiva estadual”, disse um interlocutor do partido. Outro, mais enfático, declarou: “O PT não valoriza seus municípios”.

Apesar da tentativa da direção estadual de minimizar o episódio, alegando que a data da posse coincidiu com compromissos familiares e outros compromissos pessoais de dirigentes, o desconforto permaneceu. Cristiano Silveira afirmou que, apesar da ausência física, o PT demonstrou apoio às prefeitas nas redes sociais e que o partido sempre estará ao lado das lideranças municipais. Porém, a justificativa não foi suficiente para acalmar os ânimos dentro do partido, especialmente entre os aliados de Marília.

Esse episódio não é isolado, mas sim parte de um cenário mais amplo dentro do PT mineiro. Nos bastidores, a disputa pela presidência do partido em Minas Gerais, marcada para julho de 2025, tem alimentado articulações internas. Nesse contexto, dois grupos principais têm se destacado: um alinhado ao atual presidente do PT estadual, Cristiano Silveira, e outro que apoia o deputado federal Rogério Correia.

A relação de Marília Campos com a Executiva estadual tem sido marcada por críticas, principalmente sobre a falta de apoio das lideranças estaduais às prefeituras. Em diversas ocasiões, a prefeita expressou publicamente sua insatisfação com o tratamento que o partido tem dado às administrações municipais. “A direção partidária e os deputados não tratam as prefeituras com a atenção que merecem”, afirmou Marília em março de 2024, durante uma entrevista. Esse cenário tem contribuído para o desgaste das relações entre as lideranças locais e a Executiva estadual, aumentando a disputa interna.

No meio dessas articulações, Rogério Correia, vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, tem tentado se aproximar das prefeitas para fortalecer sua posição dentro do partido. Ele foi o único membro da bancada petista presente na posse de Marília Campos, o que foi visto como uma tentativa de se aproximar da prefeita e de suas bases eleitorais. Nas redes sociais, Rogério parabenizou a prefeita e reforçou seu compromisso com o município de Contagem, se posicionando como representante do governo federal.

Marília, por sua vez, evitou polemizar sobre a ausência de apoio estadual. A prefeita optou por não fazer declarações públicas que agravassem o desconforto. Em vez disso, ela se concentrou nas questões administrativas de sua gestão, sem alimentar as tensões políticas internas do PT.

 

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