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Divulgado como uma ação cidadã de impacto social, o mutirão promovido pela Câmara Municipal de Itabira em parceria com a Polícia Civil de Minas Gerais, nos dias 25 e 26 de abril, para emissão e renovação da nova Carteira de Identidade, acabou revelando a falta de preparo e cuidado com o evento. A proposta era facilitar o acesso ao documento essencial, garantindo cidadania e dignidade. No entanto, vídeos e denúncias recebidas pelo G5 Minas mostram o contrário. Na manhã do primeiro dia, com chuva leve entre 6h e 8h, uma multidão se espremia em uma fila espiral no estacionamento da Câmara, chegando até a Casa da Cidadania. Homens, mulheres, crianças e idosos expostos ao tempo, sem proteção ou organização mínima.
Embora o objetivo do mutirão tenha sido cumprido, a execução deixou a desejar. A ausência de tendas ou qualquer tipo de cobertura expôs cidadãos a horas em pé, em meio à chuva e ao frio. Uma situação que poderia ter sido evitado, considerando os alertas de tempo já divulgados nos últimos dias. Falharam também na comunicação. Muitos não sabiam como o atendimento estava sendo organizado, quais os horários de distribuição de senhas ou os critérios para fila preferencial. Um cidadão informou que o número limitado de 500 senhas por dia pegou muitos de surpresa pois não foi divulgado anteriormente para a população. A estrutura física, claramente insuficiente, transformou o que deveria ser um momento de cidadania em mais um episódio de “humilhação pública”, como alguns cidadãos chamaram. Vale destacar que as pessoas responsáveis pelo atendimento foram cordiais e prestativas, mas, mesmo com boa vontade, também pareciam desinformadas. Nem para elas as orientações foram devidamente repassadas.
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O tom de comemoração por parte da Câmara e da Polícia Civil, inclusive com vídeos e entrevistas celebrando a “grande ação”, destoou da realidade enfrentada pelos itabiranos. “A carteira de identidade é um documento fundamental para o gozo de direitos para cidadãos de qualquer idade. Fazer a população se sujeitar a ficar horas em pé numa fila, debaixo de chuva. É indigno!”, relatou uma cidadã visivelmente revoltada. Outro morador desabafou: “As pessoas debaixo de chuva e sol, e liberam poucas vagas. Em tempo de pegar uma friagem, isso é piada, né?”. A indignação da população mostra que não basta propor ações pontuais. É preciso planejamento e empatia.
A ação foi até muito bem proposta, só que, infelizmente, faltou cuidado, estrutura e respeito com a população, que merece muito mais do que filas intermináveis e chuva na cabeça para conseguir um direito básico.
