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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), anunciou sua saída do cargo nesta sexta-feira (2), após a revelação de um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A crise se intensificou nas últimas semanas, quando investigações apontaram desvios em aposentadorias e pensões, além de cobranças indevidas feitas por associações a beneficiários. Lupi, que também é presidente licenciado do PDT, estava à frente da pasta desde o início do atual governo, há dois anos e quatro meses.
A saída ocorre em meio à tentativa do governo federal de conter os danos políticos causados pelo escândalo. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, nomeado por Lupi, já havia sido demitido na semana passada. Agora, o procurador federal Gilberto Waller Júnior foi nomeado oficialmente como novo presidente do INSS. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e assinada pela ministra-chefe substituta da Casa Civil, Miriam Belchior, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o pronunciamento do Dia do Trabalhador, Lula foi direto ao tratar do caso. Ele afirmou que determinou à Advocacia-Geral da União (AGU) que as associações responsáveis pelas fraudes sejam processadas e obrigadas a devolver os valores cobrados ilegalmente. “Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, disse o presidente.
Nos bastidores do Palácio do Planalto, interlocutores do governo consideravam a permanência de Lupi insustentável, mesmo diante do risco político de perder o apoio do PDT no Congresso Nacional. A base governista, já frágil, depende do equilíbrio com partidos do Centrão, o que aumentou a pressão por uma resposta rápida e clara diante das denúncias.