Belo Horizonte, 2 de janeiro de 2025

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Adeus a Jimmy Carter: um legado de coragem e da luta pela paz

Ex-presidente dos EUA morre aos 100 anos, deixando um marco na história da diplomacia e na defesa dos direitos humanos

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O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter faleceu neste domingo (29), aos 100 anos, em sua casa em Plains, Geórgia, cidade onde nasceu. A informação foi confirmada pelo Washington Post.

Carter enfrentava sérios problemas de saúde nos últimos anos. Em fevereiro de 2023, ele decidiu interromper os tratamentos médicos e optou por cuidados paliativos em sua residência, após o avanço de um melanoma que se espalhou para o fígado e o cérebro. Em sua longa trajetória de luta contra doenças, ele havia vencido um câncer cerebral em 2015 e enfrentado complicações em 2019, quando passou por uma cirurgia para aliviar a pressão no cérebro.

Aos 100 anos, Jimmy Carter se tornou o presidente mais velho da história dos Estados Unidos, título que herdou após a morte de George H.W. Bush, em 2018. Sua presidência, entre 1977 e 1981, foi marcada por desafios econômicos internos e uma intensa diplomacia internacional. Carter também se destacou por sua postura crítica em relação a regimes autoritários, como as ditaduras na América Latina, e sua oposição ao regime militar brasileiro.

“Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta”, disse seu filho, Chip Carter, em um comunicado. “Meus irmãos, minha irmã e eu o compartilhamos com o mundo por meio dessas crenças comuns. O mundo é nossa família pela maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória continuando a viver essas crenças compartilhadas.”

Carter iniciou sua carreira política na Geórgia, onde se tornou administrador local e se filiou ao Partido Democrata. Após se eleger senador em 1962, foi reeleito em 1964, ganhando notoriedade por suas críticas aos gastos públicos e sua defesa dos direitos civis. Como governador da Geórgia, foi um defensor do fim da segregação racial. Sua eleição à presidência em 1976, e os anos subsequentes no cargo, foram marcados por desafios econômicos e pela histórica mediação dos Acordos de Camp David entre Israel e Egito em 1978.

Após deixar a Casa Branca, Carter continuou a trabalhar pela paz e pelo bem-estar global, criando a Carter Center, uma organização focada em soluções humanitárias. Em 2002, foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços em resolver conflitos internacionais.

A morte de Carter gerou diversas reações. O presidente Joe Biden anunciou que um funeral oficial de Estado será realizado em Washington, D.C. O ex-presidente Donald Trump também se manifestou, reconhecendo a “grande dívida de gratidão” que o país tem com Carter. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também prestou suas condolências, afirmando em uma postagem no Twitter: “Jimmy Carter foi, acima de tudo, um amante da democracia e defensor da paz.”

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