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Começou oficialmente nesta segunda-feira o julgamento de Sean Combs, mais conhecido como P. Diddy, acusado por uma série de abusos, incluindo agressões físicas e sexuais, extorsão e envolvimento em festas organizadas com práticas perturbadoras. Nesta matéria, reunimos um resumo direto e completo dos principais acontecimentos da primeira semana do julgamento de Diddy. Até então, o processo estava apenas na fase de definição do júri. Com o início dos depoimentos e a apresentação de provas, vieram à tona declarações graves, reações marcantes e detalhes perturbadores sobre o relacionamento do rapper com Cassie Ventura, principal denunciante do caso.
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Logo na entrada do tribunal, os filhos do rapper chamaram atenção ao chegarem de mãos dadas, visivelmente abalados e reforçaram publicamente apoio ao pai. Durante essa semana, a cantora Cassie Ventura, revelou em detalhes os abusos que sofreu ao longo do relacionamento com Diddy, desde agressões até práticas sexuais forçadas. Ela declarou que Diddy a obrigava a manter relações com profissionais do sexo enquanto ele filmava, e relatou um episódio em que foi forçada a ingerir urina de um desses profissionais. Em resposta, a defesa alegou que essas práticas fazem parte do “estilo de vida livre” do acusado e que o júri não deveria usar preconceitos pessoais para julgar o caso. A estratégia da defesa tem sido reforçar a bissexualidade de Diddy e usar também pautas raciais como tentativa de desviar o foco das acusações. Um momento marcante do primeiro dia foi a cena em que Diddy apareceu com uma bíblia nas mãos, murmurando alguns trechos dela.
Além do relato de Cassie, duas testemunhas prestaram depoimento cruciais. A primeira foi um segurança de hotel, que afirmou ter presenciado uma agressão de Diddy contra Cassie e disse que foi subornado para manter silêncio. Segundo ele, as imagens das câmeras de segurança desapareceram dias após o ocorrido, e a gravação só voltou a aparecer anos depois. O segurança ainda revelou que entrou em confronto físico com Diddy após ele tentar filmá-lo. A segunda testemunha foi um garoto de programa que disse ter sido contratado por Cassie para participar das festas que Diddy promovia. Ele contou que o rapper gravava todos os encontros e revelou que era comum o uso de óleo de bebê durante os atos — prática que virou símbolo das acusações. O jovem ainda relatou que, em uma ocasião, o óleo acabou e isso gerou uma crise de ciúmes por parte de Diddy.
Durante os depoimentos, mais detalhes sobre as festas organizadas por Diddy foram revelados. Os eventos recebiam nomes diferentes como Freak Offs, Wild King Nights e Hotel Nights. Segundo os relatos, tudo era organizado por uma equipe dedicada exclusivamente a isso, composta por membros da Bad Boy Records e seguranças pessoais. Os pagamentos para quem participava eram feitos exclusivamente em espécie, sem qualquer tipo de registro ou comprovante. Cassie disse que o rapper usava os vídeos gravados nas festas como forma de chantagem, ameaçando divulgar o conteúdo caso as vítimas não obedecessem suas ordens. Ela ainda apontou nomes como Neil Dominic, R Rock, Roger Bonds, Uncle Paulie, Faheem Muhammad e Malik como parte da equipe envolvida, além de identificar Kristina Kohaam como a principal manipuladora dos bastidores.
Cassie também detalhou o funcionamento das festas e os locais onde aconteciam: Los Angeles, Miami, Nova York, Ibiza e Atlanta. Ela afirmou que sua primeira participação em um desses eventos foi aos 22 anos, em um baile de máscaras onde foi filmada se relacionando com um garoto de programa, enquanto ainda estava sob forte efeito de entorpecentes. Ela declarou que, mesmo durante o período menstrual, era forçada a participar das festas, e que para Diddy isso era até mais divertido. Em um dos momentos mais chocantes, ela afirmou que Diddy encheu uma piscina inteira com óleo de bebê para que ela brilhasse mais nas gravações. A obsessão do rapper por esse tipo de material era tamanha que, segundo ela, o objetivo era sempre gerar conteúdo estético e visualmente chamativo. Cassie também esclareceu que não havia substâncias ilícitas misturadas ao óleo, ao contrário do que foi especulado, mas confirmou o uso forçado de chás alucinógenos como o de cogumelo, que a faziam perder completamente a percepção da realidade.