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O Ministério Público Federal (MPF) vai recorrer da decisão da Justiça Federal que absolveu a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, pelo rompimento da Barragem de Fundão, ocorrido em Mariana em 2015. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Ponte Nova (MG), alegou falta de provas para responsabilizar criminalmente os réus. A decisão, publicada na madrugada desta quinta-feira (14), também absolveu a consultoria VogBR e sete ex-diretores e técnicos da Samarco, incluindo Ricardo Vescovi, então presidente da mineradora.
Em resposta, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) repudiou a decisão, destacando que ela beneficia as mineradoras em meio a acordos de repactuação e às vésperas de uma nova fase do julgamento do caso em Londres. Segundo o escritório de advocacia Pogust Goodhead, que representa os atingidos no Reino Unido, documentos revelam que a BHP já previa, desde 2010, a possibilidade de um desastre, com projeções de até 100 mortes e custo de US$ 1,25 bilhão em compensações.
Em 2016, o MPF havia denunciado 22 pessoas e quatro empresas por crimes ambientais e homicídios, mas, em 2019, a Justiça retirou as acusações de homicídio, considerando as mortes resultado da inundação. Ao longo dos anos, vários crimes ambientais prescreveram. Agora, o MPF busca reverter a decisão e responsabilizar os envolvidos por um desastre que deixou 19 mortos, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e contaminou o Rio Doce até o Oceano Atlântico.
