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As eleições deste ano estão manchadas pela violência. Durante o primeiro turno, pelo menos 373 ocorrências de violência política contra candidatos e políticos em exercício foram registradas. Entre 16 de agosto e 6 de outubro, os números são chocantes: 10 assassinatos, 100 atentados, 138 ameaças, 54 agressões e muito mais.
A situação piorou na última semana de campanha, com uma média de 16 casos por dia. Em média, um político foi assassinado a cada cinco dias no Brasil. Segundo a pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, feita pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global, 2024 já é o ano mais violento dessa série histórica.
O aumento da violência é preocupante. Em 2022, eram cerca de dois casos por dia. Já em 2024, pelo menos sete pessoas por dia enfrentaram essa brutalidade. Glaucia Marinho, da Justiça Global, alerta para a influência de organizações criminosas nas disputas eleitorais, representando um grande risco para a democracia.
As ameaças foram as mais comuns, totalizando 138 ocorrências, com São Paulo liderando. Apesar de a violência atingir mais pessoas brancas, as vítimas negras foram as mais afetadas nos assassinatos. Enquanto as mulheres representam apenas um terço das candidaturas, elas foram alvo de 35% dos casos de violência, com 56 registros de ameaças.
Essa onda de violência não é restrita a uma região; todos os estados do Brasil registraram incidentes, com o Nordeste sendo a área mais afetada, seguida pelo Sudeste e Sul.