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30 de Outubro de 2024, 13h:04 - A | A

POLÍCIA / HISTÓRIA DE HORROR

Mãe descobre que filhos de 4 e 7 anos foram abusados por conhecidos da família enquanto estava na maternidade

As crianças foram trancadas em galinheiro, passaram por sessões de tortura com banho gelado, choques de raquete elétrica, fome e foram estupradas

SABRINA SILVA
REDAÇÃO G5



A vida de uma mãe, de 28 anos  e moradora de Contagem, virou de cabeça para baixo quando, enquanto se recuperava do nascimento de sua terceira filha na maternidade, seus dois filhos, Maria*, de 4 anos, e José*, de 7, ficaram sob os cuidados de Patrícia*, uma amiga de longa data e esposa do pastor da igreja que frequentavam. A confiança que tinham em Patrícia* se transformou em um pesadelo que marcou suas vidas para sempre. 

Após três dias na casa de Patrícia*, as crianças retornaram para casa, mas algo estava muito errado. O comportamento de Maria* e José* mudou drasticamente, e o que inicialmente parecia ciúmes pela chegada da nova irmã rapidamente se tornou um sinal de trauma profundo. Meses depois, com coragem, eles começaram a contar o que realmente aconteceu, de acordo com matéria publicada pelo Estado de Minas.

Os relatos foram devastadores. As crianças disseram que foram trancadas em um galinheiro durante longas horas, onde passaram por sessões de tortura. Elas foram submetidas a banhos gelados e até mesmo a choques com uma raquete elétrica. O desespero ficou evidente quando relataram que Patrícia* não apenas as privou de alimento, mas também se divertiu com sua fome, comendo na frente delas. “Eles não deixaram meus filhos comerem. O iogurte que mandamos foi estourado. Comiam coisas na frente deles e não davam”, contou a mãe, angustiada.

A situação se tornou ainda mais alarmante quando Maria* revelou que Cristiano*, irmão de Patrícia*, teria estuprado ela. A menina descreveu momentos aterradores, onde o homem a beijou à força e, em meio ao medo, ela chorou e pediu que ele parasse. "O que aconteceu a mudou para sempre. Antes, ela não molhava a cama desde os 1 ano e 8 meses, mas agora voltou a ter pesadelos e gritos à noite", relatou a mãe, com a voz embargada pela dor.

As crianças também contaram que, em um dos episódios, Patrícia* empurrou José* na piscina. O menino, que não sabia nadar, ficou inconsciente e contou à mãe que sentiu falta de ar. "Foi Patrícia* quem jogou ele na piscina. Ele não conseguia respirar", disse a mãe, chocada com a brutalidade dos relatos.

Além dos abusos físicos, as crianças foram ameaçadas de morte por Cristiano* e Patrícia* caso contassem a alguém o que aconteceu. “Meu filho disse que precisava agir normalmente, porque, se não, eles poderiam matar a gente”, relatou a mãe. Essa pressão os deixou em um estado de pânico constante.

A descoberta do que aconteceu levou a família a interromper a frequência à igreja, especialmente após perceber que não havia apoio do pastor, que é próximo do suposto abusador. A mãe agora se dedica a buscar justiça e proteger seus filhos. “Estamos correndo atrás dos direitos deles. Isso precisa ser resolvido. Não quero que outras crianças passem pelo que meus filhos passaram”, enfatizou.

Desde que as crianças revelaram os abusos, suas vidas mudaram drasticamente. Elas passaram a ter crises de choro e comportamentos reclusos. A mãe, dividida entre cuidar da recém-nascida e acompanhar os filhos nas investigações, sabe que é crucial que as vítimas se sintam seguras para falar. "É fundamental que os pais acreditem nas crianças e que elas saibam que não estão sozinhas", afirmou, determinada a lutar por justiça. 

*Todos os nomes são fictícios para preservar a identidade das vítimas.

 

 

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