SABRINA SILVA
REDAÇÃO G5
O ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 76 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (23) em sua casa em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele é acusado de cometer diversos abusos sexuais contra crianças e adolescentes.
A defesa do ex-padre afirma que respeita a decisão judicial, mas considera a prisão injusta e sem fundamento. Bernardino nega todas as acusações e confia que a Justiça vai provar sua inocência.
A Polícia Civil de Tiros cumpriu um mandado de prisão emitido no dia 21 de outubro. O ex-padre passará por exames médicos antes de ser levado à delegacia.
As denúncias contra Bernardino surgiram entre 1999 e 2001. A investigação começou em 2021, quando uma mulher relatou um caso que aconteceu durante uma excursão escolar em 2016. Ela contou à mãe, e outras pessoas testemunharam o desespero da criança, mas Bernardino sempre negou as acusações.
Além disso, há relatos de outros abusos durante o tempo em que ele era diretor de uma escola infantil e padre da Paróquia Nossa Senhora Medianeira e Santa Luzia, no bairro Paraíso, em Belo Horizonte.
A Arquidiocese de Belo Horizonte abriu uma investigação em 2021 e ouviu as vítimas. O caso foi enviado ao Vaticano, que confirmou o afastamento definitivo de Bernardino do sacerdócio. Apesar disso, ele ainda aparecia como capelão de uma penitenciária no catálogo de 2024 da Arquidiocese, mas foi retirado após questionamentos.
De acordo com o jornal Itatiaia, pelo menos 60 mulheres já relataram episódios de abuso contra o padre, quando eram crianças, de 7, 8 e 9 anos. Os crimes sexuais teriam acontecido entre 1970 e 2000. No entanto, as denúncias, mesmo que investigadas pela Polícia Civil, não tiveram um desfecho na Justiça, já que os crimes de estupro de vulnerável teriam prescrito, segundo a lei.
Na esfera judicial, como as denúncias são de anos atrás, as vítimas não conseguem se beneficiar das mudanças nas leis sobre crimes sexuais, que desde 2012 consideram a prescrição a partir dos 18 anos, e não da data do abuso.