SABRINA SILVA
REDAÇÃO G5
Durante a pandemia, as academias, antes associadas apenas ao exercício físico, foram forçadas a se reinventar. O isolamento social e as restrições severas impactaram duramente esse setor, levando muitas a fecharem suas portas. No entanto, algumas academias encontraram uma maneira de não apenas sobreviver, mas prosperar — transformando-se em muito mais do que simples locais de treino. A pandemia mostrou que esses espaços poderiam ser os únicos pontos de interação social para muitos indivíduos, e aqueles que reconheceram isso cedo se destacaram.
Enquanto muitas academias menores enfrentaram dificuldades, marcas de luxo como Equinox e Chelsea Piers não apenas mantiveram seus negócios em pé, mas também expandiram suas ofertas. Elas perceberam que os membros não estavam apenas em busca de treinos, mas de experiências de conexão e comunidade. No novo normal, esses locais passaram a ser hubs de socialização, onde networking e convivência se misturavam ao bem-estar físico.
Segundo um estudo da divisão de medicina preventiva de um hospital em Providence, EUA, cerca de metade das pessoas que iniciam um programa de exercícios desistem antes de completar seis meses. A falta de tempo é apontada como um dos principais motivos, conforme revela outro estudo da Universidade Católica de Brasília. A solução encontrada por algumas academias foi criar um ambiente tão convidativo e multifuncional que os alunos se sentissem incentivados a frequentar o local não apenas para treinar, mas para socializar, relaxar e cuidar da saúde mental.
Academias como centros de conexão e bem-estar
Essas academias mais visionárias passaram por um rebranding, transformando o layout e a proposta dos espaços. Salas escuras e com espelhos deram lugar a ambientes iluminados com luz natural, elementos de madeira e áreas de convivência. Mais do que centros de exercício, elas se tornaram espaços “instagramáveis”, com SPAs, saunas, aulas de yoga e áreas dedicadas ao relaxamento. O foco no bem-estar foi ampliado para incluir não apenas o físico, mas também a saúde mental e emocional.
Um exemplo claro é a academia La Montgolfière, em Paris, descrita como um local de “clube de esporte social”, que se diferencia por não ter a vibe familiar ou aristocrata tradicional, que faz a combinação de arquitetura sofisticada, ambiente acolhedor e o senso de comunidade promovido entre os frequentadores.
Com essa mudança de propósito, as academias começaram a atrair pessoas que buscavam não apenas melhorar a saúde física, mas também criar laços sociais e expandir suas redes de contatos. Atualmente, esses espaços oferecem não só treinos, mas também workshops, cafés e locais para relaxamento, se tornando destinos de networking para profissionais de diversas áreas.
Networking e conexão: o novo propósito
Hoje, as academias estão posicionadas como hubs comunitários que promovem mais do que exercício físico. Elas se tornaram espaços multifuncionais, integrando a prática de atividades físicas com a convivência social. Em um mundo onde a interação digital predomina, esses lugares oferecem uma oportunidade única para se desconectar das telas e se conectar com pessoas reais. Profissionais de diferentes áreas encontram nas academias uma chance de networking, onde conversas sobre negócios podem acontecer naturalmente entre um treino e uma aula de yoga.
Em suma, o cenário atual mostra que as academias que apostaram na expansão do conceito de bem-estar prosperaram e se tornaram pontos de encontro essenciais para a socialização e networking. Mais do que um lugar para malhar, essas academias redefiniram o que significa estar em forma — agora, tanto física quanto socialmente.