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25 de Outubro de 2024, 11h:00 - A | A

GERAL / SUPERFUNGO

UFMG cria teste barato para detectar superfungo que já causou mortes

Novo método promete agilidade e eficiência no diagnóstico da Candida auris em hospitais

SABRINA SILVA
REDAÇÃO G5



A UFMG acaba de conquistar a aprovação do INPI para um teste que identifica o temido superfungo Candida auris. Desenvolvido com apoio do INCT Leveduras, o teste poderá ser utilizado em hospitais, incluindo o João XXIII, em Belo Horizonte, onde já foram confirmados quatro casos da doença, resultando em um óbito e outros 40 casos em investigação.

Criado pela farmacêutica Viviane Cata Preta de Souza, sob a orientação da professora Susana Johann, o método usa um meio chamado Candida auris Selective (CAS) e promete revolucionar o controle de infecções hospitalares. Os pesquisadores destacam que, atualmente, são poucos os testes específicos para identificar fungos.

Teste acessível e eficiente
Produzido no Laboratório de Taxonomia, Biodiversidade e Biotecnologia de Fungos da UFMG, o novo teste é rápido e barato. Viviane explica que não é necessário um treinamento técnico complicado para aplicar e interpretar os resultados. Além disso, ele usa microplacas que economizam espaço e eliminam a necessidade de estufas específicas de 40°C.

O teste fornece nutrientes para que a Candida auris cresça em um ambiente controlado, inibindo outras leveduras que podem interferir no resultado. Os pesquisadores já observaram uma sensibilidade de 92,9% e uma especificidade de 100% em condições de 36°C.

Perigo do superfungo
A Candida auris é altamente transmissível e pode ser fatal para pacientes com doenças pré-existentes, idosos e aqueles que ficam muito tempo internados em UTIs. Com um diagnóstico rápido, as equipes de saúde podem agir imediatamente, aumentando as chances de recuperação e prevenindo a disseminação do fungo.

A professora Susana Johann acredita que o novo teste poderá auxiliar na detecção da Candida auris em um número maior de pacientes ao mesmo tempo. “Queremos salvar vidas e proteger tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde, além de reduzir os custos no diagnóstico e tratamento”, afirma.

Infelizmente, um dos quatro pacientes infectados faleceu no dia 16 de outubro em Belo Horizonte. Contudo, segundo as autoridades, essa morte não está relacionada diretamente à infecção.

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