Ouça este conteúdo
Em meio à alta de 8,23% na inflação de alimentos, segundo o IPCA de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que pretende se reunir com atacadistas, produtores e donos de supermercados para buscar soluções que aliviem o peso dos preços nos bolsos dos consumidores. “Vamos encontrar uma forma de garantir que a comida chegue mais barata, de acordo com o poder de compra das pessoas”, afirmou o presidente em vídeo publicado pela primeira-dama, Janja da Silva, no último domingo (26). A gravação foi feita na horta da Granja do Torto, em Brasília, uma das residências oficiais.
O aumento no custo de produtos como abacate, laranja-lima, carnes bovinas, café e leite longa vida tem pressionado o orçamento das famílias e se tornou um desafio para o governo. A alta dos alimentos foi uma das principais responsáveis pelo índice de inflação geral de 4,83% em 2024, acima da meta projetada pela equipe econômica.
Ver essa foto no Instagram
Para enfrentar a situação, o governo descarta medidas como o tabelamento de preços, conforme reforçado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, em declarações na última sexta-feira (24). A estratégia de Lula é buscar um diálogo com os setores envolvidos na cadeia produtiva e na comercialização, visando encontrar alternativas que estabilizem os custos sem prejudicar a produção ou gerar desabastecimento. As reuniões têm como objetivo evitar soluções imediatistas, mas encontrar mecanismos que equilibrem a oferta e a demanda.
A proposta de reduzir tarifas de importação para alimentos, apresentada pelo governo como parte do pacote de medidas para conter a inflação, foi alvo de críticas. O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, classificou a ideia como “demagógica”. Em nota, o parlamentar afirmou: “A ideia de diminuir tarifas de importação de gêneros alimentícios é mais uma medida desesperada e mal pensada do governo que insiste em ignorar os problemas macroeconômicos, o controle inflacionário, câmbio descontrolado e gasto público exorbitante. A desconfiança do mercado e a falta credibilidade agravam a situação”.
