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Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) esperam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente a denúncia sobre a tentativa de golpe antes do Carnaval. O objetivo da Corte é acelerar o julgamento, seguindo um modelo semelhante ao do mensalão, com denúncias fatiadas e atuação de juízes auxiliares.
A estratégia dos ministros do STF é concluir o julgamento ainda em 2024. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e os demais envolvidos se tornarão réus e passarão a responder a ações penais. Nesse cenário, aliados do ex-presidente já discutem a possibilidade de mobilizar apoiadores em caso de uma eventual prisão, repetindo o que aconteceu com o ex-presidente Lula em 2018.
Além da denúncia da PGR, advogados de defesa acompanham atentamente a análise do material apreendido durante a prisão de Braga Netto. Um dos pontos centrais é o que foi encontrado com o coronel Peregrino, alvo de busca e apreensão.
Sobre o caso
A investigação teve um avanço significativo em novembro de 2024, quando a Polícia Federal concluiu o relatório final e indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas pela tentativa de golpe de Estado. A partir desse momento, criou-se a expectativa de que a PGR apresentaria a denúncia formal ao STF ainda no início de 2025.
A Procuradoria não é obrigada a seguir exatamente o relatório da PF e pode incluir novos crimes, retirar alguns ou reavaliar a participação de cada acusado. Se a denúncia for oficializada, os acusados terão um prazo de 15 dias para apresentar uma defesa por escrito. Depois disso, o relator do caso encaminha o processo para julgamento no plenário do STF, onde será decidido se a denúncia será aceita.
Se o Supremo acatar a acusação, Bolsonaro e os demais investigados se tornarão réus e passarão a responder a ações penais, com possibilidade de recursos ao longo do processo.