Belo Horizonte, 12 de junho de 2025

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Supercondutor natural muda tudo na busca por energia sem perdas

Mineral raro encontrado na Rússia surpreende cientistas ao mostrar propriedades únicas fora do laboratório e desafiar o que se sabia sobre eletricidade
Supercondutor
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Cientistas descobriram um supercondutor natural que pode revolucionar o transporte de energia elétrica sem perdas. Trata-se da miassita, um mineral raro encontrado próximo ao rio Miass, na Rússia. O mais impressionante é que esse material, composto de ródio e enxofre (Rh17S15), apresenta propriedades de supercondutividade sem precisar de temperaturas extremamente baixas. A descoberta foi publicada na revista Communications Materials e representa um avanço importante na busca por meios eficientes e sustentáveis de conduzir eletricidade.

Até então, acreditava-se que esse tipo de material só poderia ser criado artificialmente em laboratório. No entanto, a miassita prova que é possível encontrar supercondutores não convencionais na natureza. A estrutura atômica do mineral permite que os elétrons se movimentem sem colisões — o que significa zero resistência elétrica e, portanto, nenhuma perda de energia durante a condução. Isso pode abrir caminhos para novas tecnologias em diversas áreas, desde sistemas elétricos mais eficientes até aplicações em computadores quânticos e transporte.

Apesar da empolgação, os cientistas alertam que a versão natural da miassita contém impurezas, como ferro, níquel, cobre e até platina, o que interfere em seu comportamento. Por isso, o uso direto do mineral bruto ainda não é viável para aplicações tecnológicas. Mesmo assim, sua fórmula pode servir de base para o desenvolvimento de materiais sintéticos com as mesmas propriedades — e talvez até mais estáveis.

Essa é a primeira vez que se comprova experimentalmente que um mineral com estrutura cristalina natural é capaz de funcionar como um supercondutor não convencional. Até então, só materiais sintéticos projetados para manipular o comportamento dos elétrons haviam apresentado esse tipo de desempenho. Agora, com a miassita, a ciência dá um passo crucial rumo à condução de energia sem perdas fora dos laboratórios.

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