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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou, na última segunda-feira, Vinícius Neres Ribeiro por tentativa de feminicídio contra sua ex-namorada. O crime ocorreu no dia 11 de março, quando ele invadiu a casa da jovem e deixou o gás de cozinha aberto, com intenção de asfixiá-la. O acusado, que cumpre pena em regime semiaberto desde 2017, passou cinco dias foragido antes de ser preso. No momento da captura, ele portava uma mochila com itens suspeitos, incluindo enforca-gato, tesoura, faca, lubrificante íntimo e luvas descartáveis, o que levanta a hipótese de que planejava cometer um novo crime.
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Vinícius Neres, de 28 anos, estudava pela manhã e retornava à prisão à noite. Durante os momentos em que estava fora, conheceu a vítima, que terminou o relacionamento ao descobrir seu histórico criminal. Após a separação, ele passou a perseguir a jovem na faculdade, no trabalho e até na porta do banheiro. Diante das ameaças constantes, a vítima denunciou Vinícius à polícia, que concedeu uma medida protetiva e determinou o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, ele descumpriu as restrições e invadiu sua casa no dia do crime, ignorando a decisão judicial.
O passado de Vinícius já mostrava sua periculosidade. Ele foi condenado pelo homicídio de Louise Ribeiro, ocorrido em 2016, dentro da Universidade de Brasília (UnB). Na época, Vinícius dopou a vítima com clorofórmio, asfixiou-a e injetou 200 ml da substância em sua boca. Depois, amarrou seus membros, enrolou o corpo em um colchão inflável e o transportou no carro da própria jovem, abandonando-o em uma área de mata. Neres ateou fogo ao rosto e à genitália da vítima. O crime foi motivado pela recusa de Louise em manter um relacionamento amoroso com ele.
Apesar da brutalidade do feminicídio, Vinícius recebeu atenuação na pena por ser menor de 21 anos à época e por ter confessado o crime espontaneamente. Isso possibilitou sua progressão para o regime semiaberto, permitindo que circulasse livremente durante o dia. Essa falha na justiça quase resultou em mais uma vítima. O que teria acontecido com a ex-namorada, caso ela estivesse em casa no momento da invasão? E mais: quantas outras mulheres poderiam estar em risco, considerando os materiais encontrados com ele no momento da prisão?
Dessa vez, a vítima escapou por pouco, mas quantas outras ainda precisarão lutar por suas vidas antes que a justiça de fato proteja as mulheres da violência extrema? Casos como esse levantam um alerta sobre a fragilidade do sistema penal brasileiro, que permite que condenados por crimes violentos tenham acesso a regimes mais brandos.
