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O governador Romeu Zema (Novo) reconheceu, nesta segunda-feira (17), que Minas Gerais enfrenta dificuldades para investir na valorização das forças de segurança. Ele atribuiu o problema à grave situação financeira do Estado e ressaltou que a adesão ao Programa de Equilíbrio Fiscal (Propag), do governo federal, pode trazer alívio e possibilitar novos investimentos na área.
“Queremos fazer o máximo possível para valorizar nossas forças de segurança, mas todos sabem que Minas ainda enfrenta sérios problemas financeiros. Com o Propag, e aqui deixo meu agradecimento ao senador Rodrigo Pacheco e à Assembleia Legislativa pela contribuição na construção da proposta, teremos uma solução definitiva”, afirmou Zema.
O governador comparou a situação financeira do Estado à de uma família endividada, explicando que a arrecadação mineira cresceu em um ritmo muito inferior ao dos encargos da dívida. “É como quem financia uma casa e começa pagando 10% do salário, mas, anos depois, esse percentual dobra ou triplica. O que aconteceu com Minas foi exatamente isso, devido às taxas de juros historicamente elevadas que nos foram cobradas”, disse.
Reaproximação com a segurança pública
A fala de Zema também representou um gesto político em direção às forças de segurança, que frequentemente criticam sua gestão. No primeiro mandato, ele foi alvo de protestos por não cumprir um acordo que previa reajuste salarial de 42% para os servidores da área.
Recentemente, o governador foi criticado pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O parlamentar acusou o governo de negligência e afirmou que a Polícia Civil enfrenta um déficit estrutural preocupante.
Apesar das dificuldades, Zema celebrou os avanços nos indicadores criminais do Estado. “Conseguimos reduzir os crimes violentos em mais de 50% ao longo dos últimos seis anos. Também registramos uma queda de 20% nos casos de feminicídio em Minas”, destacou.
As declarações ocorreram durante a inauguração do Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam) em Belo Horizonte, que visa aprimorar o atendimento às vítimas de violência doméstica. Zema destacou a importância de denúncias precoces para evitar tragédias: “Um tapa hoje pode se tornar um feminicídio no futuro. É fundamental que todos denunciem casos de violência contra mulheres”. O governador também defendeu mudanças na legislação: “Precisamos que o Congresso Nacional aperfeiçoe nossas leis. Muitos crimes se repetem porque os infratores são soltos e voltam a cometer os mesmos delitos. Nosso sistema precisa ser mais rígido”.
