Belo Horizonte, 1 de junho de 2025

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Volodimir Zelensky acusa Rússia de bloquear acordo em Istambul

Novo ciclo de negociações entre Ucrânia e Rússia enfrenta impasses e desconfiança enquanto EUA pressionam por fim do conflito
Zelensky acusa Rússia de sabotagem
Zelensky acusa Rússia de sabotagem

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, acusou nesta sexta-feira (30) a Rússia de tentar sabotar futuras negociações de paz ao não enviar o “memorando” com suas condições para um acordo. Embora a Rússia tenha proposto um novo encontro direto com Kiev para segunda-feira, em Istambul, Zelensky não confirmou a participação ucraniana, alegando falta de compromisso por parte de Moscou. “Há mais de uma semana, os russos são incapazes de apresentar o chamado memorando”, afirmou, ressaltando que esse documento foi prometido no segundo ciclo de negociações. Zelensky também destacou que, “infelizmente, a Rússia está fazendo tudo o possível para que um possível próximo encontro não traga nenhum resultado”. Mesmo assim, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reiterou que Moscou só compartilhará o memorando no âmbito das conversas diretas. O presidente ucraniano, por sua vez, evitou confirmar se a Ucrânia participará das negociações em Istambul, intensificando o clima de desconfiança entre os dois países, que continuam culpando-se mutuamente pela falta de avanços concretos.

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A Turquia, que tem mantido uma posição de neutralidade no conflito, ofereceu-se para mediar um encontro entre Donald Trump, Vladimir Putin e Zelensky, sob liderança do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. O chanceler turco, Hakan Fidan, reforçou a proposta durante uma visita a Kiev. No entanto, Zelensky já havia sugerido um formato semelhante em maio, mas a proposta foi rejeitada pelo Kremlin, que voltou a resistir a um encontro cara a cara entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia.

Ainda assim, Moscou propôs retomar as negociações diretas na segunda-feira, em Istambul, após um primeiro encontro pouco produtivo em 16 de maio, na mesma cidade. Peskov afirmou que Putin é “favorável, em princípio, a contatos no mais alto nível”, mas condicionou essa possibilidade à obtenção de “resultados através de negociações diretas entre os dois países”. O Kremlin enviará uma delegação a Istambul “pronta” para o novo ciclo de diálogo, enquanto o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, declarou que a Ucrânia está “interessada” em continuar os encontros.

Por outro lado, o presidente russo rejeita os apelos por um cessar-fogo incondicional, defendido pela Ucrânia e apoiado pelos Estados Unidos e Europa. Putin insiste que qualquer trégua deve ser resultado de negociações que abordem as “causas fundamentais” do conflito, incluindo limitações militares à Ucrânia, veto à entrada na Otan, concessões territoriais e até a remoção de Zelensky do poder. Estas condições são inaceitáveis para Kiev, que acusa Moscou de não querer o fim dos combates, mas sim ganhar tempo, enquanto suas tropas avançam no leste ucraniano.

Em meio ao impasse, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou publicamente os dois líderes. “Tanto Putin quanto Zelensky são teimosos”, declarou Trump, ao ser questionado nesta sexta-feira (30) sobre como lida com “um Vladimir Putin muito teimoso”. Ele interrompeu rapidamente para incluir Zelensky nessa caracterização. Trump ainda expressou decepção com as ações de Moscou. “Íamos resolver um problema e, de repente, foguetes foram disparados contra algumas cidades e pessoas morreram”, disse, acrescentando: “Vi coisas que me surpreenderam e não gosto de ser surpreendido, então estou muito decepcionado”, evitando, no entanto, dizer se agora vê Putin como “o mocinho ou o bandido”.

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