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Em entrevista à revista The New Yorker, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afastou a possibilidade de Jair Bolsonaro (PL) reverter sua inelegibilidade para concorrer na próxima eleição presidencial, já que ele tem duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora não possa se candidatar, Moraes reconhece a possibilidade de Bolsonaro apoiar a candidatura de sua esposa, Michelle, ou de algum de seus filhos, mantendo sua influência política ativa.
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Durante a conversa com a publicação americana, o ministro também falou sobre os riscos enfrentados pela democracia brasileira, especialmente com a tentativa de golpe de 2022, que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Moraes apontou a participação de membros das Forças Armadas e da Polícia Militar do Distrito Federal nos atos, afirmando que o plano era provocar uma crise institucional para justificar uma intervenção militar. “O verdadeiro objetivo era entrar nos prédios, se recusar a sair e criar uma crise tão severa para que as Forças Armadas fossem forçadas a intervir”, explicou.
Além disso, Moraes rebateu as críticas de que as acusações contra Bolsonaro e seus aliados seriam parte de uma perseguição política. Para ele, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), somada às investigações da Polícia Federal, enfraquece essa narrativa. O ministro também minimizou a ação civil que responde nos Estados Unidos, movida pelas empresas Rumble e Trump Media, alegando que não vê relevância na iniciativa.
Outro ponto central da entrevista foi a crítica contundente à falta de regulamentação das redes sociais. Segundo Moraes, plataformas como o X (antigo Twitter) se tornaram terreno fértil para a desinformação e o discurso de ódio. Ele foi categórico ao dizer que, se figuras como o nazista Joseph Goebbels tivessem acesso às redes sociais atuais, os resultados teriam sido ainda mais devastadores: “Os nazistas teriam conquistado o mundo”. Moraes defende que as plataformas respeitem as leis dos países onde operam, pois, sem regulação, elas concentram poder político e econômico, interferindo diretamente em processos democráticos.
