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A Justiça norte-americana bloqueou, de forma temporária, a medida do governo Donald Trump que revogava a permissão da Universidade Harvard para matricular estudantes estrangeiros. A decisão foi tomada pela juíza federal Allison Burroughs, que emitiu uma liminar na sexta-feira (23/05), suspendendo os efeitos imediatos do plano da administração Trump. A ação judicial foi movida por Harvard, após o anúncio de que o Departamento de Segurança Interna (DHS) retiraria o acesso da instituição ao Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP).
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O bloqueio judicial ocorre em meio a um cenário de forte tensão entre a Casa Branca e uma das mais prestigiadas universidades dos Estados Unidos. Segundo o governo Trump, Harvard não estaria tomando medidas suficientes para combater o antissemitismo e reformar seus processos de admissão e contratação. Essas alegações foram negadas de forma veemente pela universidade, que classificou a iniciativa do governo como uma “violação flagrante” da lei, durante o processo judicial aberto em Boston.
Na quinta-feira (22/05), um dia antes da decisão da Justiça, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, havia ordenado o cancelamento da certificação do SEVP para Harvard, com validade a partir do ano acadêmico de 2025-2026. Noem acusou a universidade de “promover a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês”, justificando, assim, a medida extrema de revogação. Essas acusações foram rejeitadas por Harvard, que reforçou seu compromisso com a diversidade e a liberdade acadêmica.
A resposta de Harvard veio rapidamente. Em uma carta pública, o reitor Alan Garber declarou: “Condenamos esta ação ilegal e injustificada”. Além de suspender a autorização para receber estudantes estrangeiros, o governo Trump ameaçava também revogar a isenção fiscal da universidade e congelar bilhões de dólares em subsídios federais, caso Harvard não implementasse as mudanças exigidas.