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O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o governo Lula ameaçou cortar verbas e cargos de parlamentares que assinaram o requerimento de urgência para votar o projeto que anistia os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A proposta foi protocolada na manhã de segunda-feira (14) com o apoio de 262 deputados. Segundo Cavalcante, ao menos três parlamentares cogitaram retirar suas assinaturas após receberem ligações que indicavam possíveis prejuízos políticos.
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Fontes do Palácio do Planalto confirmaram à jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, que houve, sim, uma movimentação nos bastidores para tentar convencer aliados a retirarem os nomes do requerimento. Contudo, negaram que tenham sido feitas ameaças diretas. De acordo com essas fontes, foi mencionado que o governo poderá revisar cargos para melhorar a relação com a base aliada e que não seria estratégico manter em cargos importantes parlamentares que votam contra os interesses do Executivo.
Sóstenes contou que um dos deputados relatou ter uma emenda de R$ 25 milhões ligada à área da saúde que corria o risco de não ser liberada, o que teria motivado o recuo. No entanto, conforme o regimento da Câmara dos Deputados, não é permitido remover nem adicionar assinaturas após o protocolo do requerimento. A única exceção seria se 132 deputados solicitarem formalmente que o requerimento seja anulado.
A deputada Helena de Lima (MDB-RR) foi a única que conseguiu retirar seu apoio. Agora, cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio do líder do bloco, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir se o projeto será votado com urgência. Vale lembrar que existem atualmente mais de 1.100 requerimentos semelhantes aguardando na fila, e a definição sobre qual entra na pauta depende exclusivamente da presidência da Casa.