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Donald Trump já traça os primeiros passos de sua nova gestão, com um plano abrangente de ordens executivas que prometem transformar profundamente setores como imigração e energia nos Estados Unidos. Segundo fontes ligadas à transição, o republicano prepara mais de 100 medidas a serem anunciadas nos primeiros dias de mandato, que começa oficialmente na próxima segunda-feira (20). A estratégia é chamada de “choque e pavor”, uma tentativa de consolidar sua agenda de forma rápida e eficaz.
Entre as medidas mais polêmicas, está o endurecimento das políticas migratórias, com foco em deportações em massa de imigrantes em situação irregular. Mais de 200 mil brasileiros podem ser afetados pelas novas diretrizes. A intenção de Trump é conceder maior liberdade para agentes federais prenderem indivíduos sem histórico criminal, intensificar a presença militar na fronteira com o México e retomar a construção do polêmico muro, um marco de sua gestão anterior.
O presidente eleito pretende ainda declarar a imigração ilegal como uma emergência nacional, medida que permitiria o uso de recursos militares para a construção do muro fronteiriço. Trump também anunciou, em novembro, por meio de sua rede Truth Social, que fundos militares serão redirecionados para ampliar os planos de deportação.
Outro ponto sensível das medidas é a intenção de revogar os programas temporários implementados por Joe Biden, que permitiram a entrada legal de milhares de migrantes por razões humanitárias. Essa decisão impactará diretamente o acesso ao mercado de trabalho para esses indivíduos. Além disso, Trump deseja eliminar a cidadania automática de filhos nascidos nos Estados Unidos cujos pais estejam em situação irregular. Essa proposta, no entanto, enfrenta obstáculos constitucionais, pois a 14ª Emenda da Constituição dos EUA garante cidadania a todos os nascidos ou naturalizados no país. “Temos que acabar com isso. É ridículo”, afirmou Trump em entrevista à NBC em dezembro.
Trump também promete medidas controversas no campo político, como o perdão a pessoas acusadas de envolvimento no ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. O incidente, que buscava impedir a certificação da eleição de Joe Biden, levou mais de 1.500 indivíduos a invadir o Congresso. Diversas condenações foram realizadas, e Trump expressou apoio reiterado a esses grupos: “Estou inclinado a perdoar muitos deles. Não posso dizer para cada um deles, porque alguns, provavelmente, perderam o controle”, declarou o republicano durante sua campanha.
