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A Seleção Brasileira pode ter um novo segundo uniforme inédito e polêmico para a Copa do Mundo de 2026: a camisa vermelha com o logo da marca Jordan. A informação foi divulgada pelo site inglês Footy Headlines, especializado em vazar uniformes antes dos lançamentos oficiais. Segundo a publicação, a Nike, que detém os direitos da Seleção e da Jordan, pretende substituir o tradicional uniforme azul por uma peça ousada, com tom vibrante e design ainda não revelado. Será a primeira vez na história que o Brasil usará um uniforme fora das cores da bandeira nacional em um Mundial.
Apesar de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ter regras internas que determinam o uso de cores ligadas à bandeira, como verde, amarelo, azul e branco, o estatuto permite exceções em “modelos comemorativos”, desde que aprovados pela Diretoria. Isso abre uma brecha para a inovação. Em 2023, por exemplo, a Seleção Brasileira entrou em campo utilizando um uniforme preto contra a Guiné. A iniciativa fez parte de uma série de ações no combate ao racismo.

Do ponto de vista de marketing, a Nike parece ter feito uma leitura apurada do cenário político e social do país. Como a Copa do Mundo será realizada no mesmo ano das eleições presidenciais no Brasil, a marca teria aproveitado esse contexto como pretexto para alcançar um público mais amplo. A camisa amarela, que virou símbolo da direita bolsonarista, perdeu força entre parte da população. Muitos brasileiros afirmam que se tornou vergonhoso usar a camisa tradicional, com receio de serem confundidos com “bolsominions”. Ao lançar um uniforme vermelho, cor historicamente associada à esquerda, a marca pode instigar torcedores de diferentes posicionamentos a aderirem ao produto como forma de identificação política. Isso pode criar uma nova onda de consumo, especialmente entre os que não se veem representados pela “camisa da direita”.
Além disso, com a queda de confiança na Seleção após anos de resultados abaixo do esperado, analistas acreditam que o interesse pela Copa do Mundo de 2026 será menor. Por isso, a Nike teria apostado em uma estratégia ousada e provocativa para despertar emoções no torcedor e aumentar as vendas. No fim das contas, quem vai ganhar com isso é a Nike, que conseguiu agradar gregos e troianos.