Ouça este conteúdo
A Polícia Federal indiciou o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, por fraude esportiva e estelionato, após identificar que o jogador teria forçado um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, válida pelo Brasileirão 2023. O objetivo, segundo a investigação, era favorecer apostas esportivas feitas por seus parentes, que já tinham “certeza” de que ele seria punido. Diálogos interceptados entre o jogador e o irmão, Wander Nunes Pinto, confirmam o esquema.
✅ Fique por dentro! Receba as notícias do G5 Minas em primeira mão no WhatsApp. 📲
O caso veio à tona após denúncias feitas por plataformas como Betano, KTO e GaleraBet, que notaram movimentações atípicas nas vésperas do jogo. Parentes do atleta, incluindo o irmão, a cunhada Ludymilla Araújo e a prima Poliana Ester, realizaram apostas por meio de 13 contas diferentes, muitas criadas um dia antes da partida. O lucro seria de cerca de R$ 11 mil, mas a Betano bloqueou os pagamentos por suspeita de manipulação de resultados.
Apesar de o valor financeiro ser considerado “ínfimo” pelo STJD, a ação acendeu um alerta sobre a influência crescente das apostas no futebol brasileiro. Segundo a PF, Bruno Henrique cometeu pelo menos quatro lances passíveis de advertência, sendo o mais decisivo uma falta sobre Soteldo aos 52 minutos do segundo tempo. O árbitro Rafael Klein aplicou o cartão amarelo, seguido da expulsão.
- Leia mais: Cruzeiro publica nota oficial e cobra punição após expulsão polêmica contra o Internacional
A investigação faz parte da Operação Spot-Fixing, iniciada em 2024 para apurar manipulações em eventos esportivos. O relatório aponta que a chance de Bruno Henrique levar um cartão era de apenas 15%, o que torna o volume elevado de apostas ainda mais suspeito. O caso agora será analisado pelo Ministério Público do Distrito Federal, que decidirá se oferece denúncia formal. As penas podem chegar a seis anos de prisão.
Comparado ao escândalo de Lucas Paquetá e à punição de Eduardo Bauermann, o caso de Bruno Henrique reforça a preocupação de autoridades e entidades como a CBF, Sportradar e IBIA com a integridade do futebol. O Flamengo, em nota, disse que ainda não foi notificado oficialmente, mas reafirmou seu compromisso com o fair play e o direito de defesa do atleta, que se declara inocente.
