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A Polícia Civil do Rio de Janeiro evitou um ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga em Copacabana, graças a uma operação sigilosa chamada “Fake Monster”. O plano, articulado com o Ministério da Justiça, foi mantido em absoluto segredo para não causar pânico nem alimentar a disseminação de fake news. A ameaça, considerada grave pelas autoridades de segurança pública, foi neutralizada antes que causasse qualquer dano. Nem mesmo a equipe da artista foi informada previamente, justamente para preservar a tranquilidade do evento, que reuniu milhares de fãs na praia do Rio de Janeiro.
As investigações começaram dez dias antes do espetáculo, a partir de mensagens suspeitas detectadas pelo setor de inteligência da Polícia Civil. Os conteúdos, trocados por usuários de uma plataforma digital, indicavam a intenção de realizar atentados durante o evento, incluindo ameaças de explosões. Diante da gravidade das mensagens, a polícia montou uma ação coordenada com o Ministério da Justiça, resultando no cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão em quatro estados diferentes: Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul. A operação foi realizada no sábado (3), mesmo dia do show.
Entre os alvos estavam nove pessoas, incluindo adolescentes, que promoviam desafios violentos e incentivavam crimes em ambientes virtuais. Um dos investigados chegou a planejar a transmissão ao vivo do assassinato de uma criança, de acordo com informações divulgadas pela delegada responsável. O objetivo, conforme apurado, era obter notoriedade e visibilidade nas redes sociais, dentro de um grupo que incentivava práticas extremas. As autoridades também confirmaram que o jovem responderá por terrorismo e induzimento ao crime.
Durante a ação policial, o suposto líder do grupo foi preso em flagrante no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma de fogo. Já no Rio de Janeiro, um adolescente envolvido com o esquema foi apreendido por participação direta nas ameaças e por armazenar material de pornografia infantil. Segundo a Polícia Civil, esse grupo vinha atuando de forma coordenada para disseminar conteúdos criminosos, promovendo o ódio, incentivando automutilação, compartilhando material pedófilo e estabelecendo “desafios” que envolviam práticas violentas como uma forma de aceitação entre os participantes.
As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos e desmantelar a rede criminosa