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Durante audiência com os cardeais na manhã deste sábado (10), no Vaticano, o papa americano Robert Francis Prevost revelou por que escolheu ser chamado de Leão 14. Como já se especulava, a escolha foi uma homenagem direta ao papa Leão 13, responsável por um dos marcos mais importantes da Igreja Católica: a encíclica Rerum Novarum, que inaugurou a Doutrina Social da Igreja. A decisão foi anunciada logo após sua eleição, e agora o novo pontífice explicou a razão por trás do gesto, destacando a importância da mensagem social do Vaticano diante dos desafios contemporâneos da tecnologia e da inteligência artificial.
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Segundo Prevost, “a principal razão é porque o papa Leão 13, com a histórica encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande Revolução Industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”. A fala do novo papa reforça a linha de continuidade entre o passado e o presente da Igreja, mantendo o foco na justiça social em tempos de profundas transformações econômicas e tecnológicas.
A encíclica mencionada por Prevost foi publicada em 1891, durante o pontificado de Leão 13 (1878–1903). O documento é considerado o texto fundacional da Doutrina Social da Igreja. Nele, Leão 13 defendeu, pela primeira vez em um posicionamento oficial do Vaticano, o direito dos trabalhadores a salários justos, boas condições de trabalho e à formação de sindicatos. Ao mesmo tempo, o texto rejeitava os extremos do socialismo e do capitalismo, reafirmando os direitos à propriedade privada e à livre iniciativa.
Com a escolha do nome Leão 14, o novo pontífice se insere numa tradição histórica importante. O nome “Leão” passa agora a ser o quarto nome mais utilizado entre papas, atrás apenas de João, Gregório e Bento. Além de Leão 13, outros papas chamados Leão marcaram a história da Igreja, como Leão 3º, que coroou Carlos Magno em 800, e Leão 1º, o Grande, que teve atuação decisiva tanto na política quanto na teologia, ao negociar com Átila e participar do Concílio de Calcedônia.
