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O TikTok está se preparando para encerrar suas operações nos Estados Unidos a partir deste domingo, 19 de janeiro, como uma resposta direta à pressão do governo americano. A decisão, que pode afetar milhões de usuários, surge após um projeto de lei sancionado em abril por Joe Biden, que exigia a venda do aplicativo para uma empresa americana, caso contrário, ele seria proibido de operar no país.
Com a suspensão, o TikTok deixaria de ser acessível aos novos usuários nos EUA, já que a legislação impõe restrições para novos downloads, tanto na Apple Store quanto na Play Store. No entanto, aqueles que já possuem o app em seus dispositivos poderiam continuar utilizando a plataforma até que outras medidas fossem tomadas, ou até o encerramento definitivo do serviço.
A partir de domingo, os usuários do TikTok nos Estados Unidos começarão a ver uma mensagem pop-up quando abrirem o aplicativo. Esta mensagem redirecionará para um site com informações detalhadas sobre a proibição. Além disso, será possível baixar todos os dados armazenados na plataforma, como fotos, vídeos e outros arquivos pessoais.
A ByteDance, dona do TikTok, teve um prazo de 270 dias (cerca de 9 meses) para vender o aplicativo para um proprietário americano, mas não conseguiu cumprir a exigência. A principal justificativa apresentada pelos legisladores dos EUA para essa medida foi a alegação de que o TikTok representa uma ameaça à segurança nacional, devido à possibilidade de o governo chinês, acionista majoritário da empresa, ter acesso aos dados de cidadãos americanos.
Embora o encerramento total dos serviços do TikTok nos EUA seja uma medida drástica, especialistas afirmam que a empresa poderia retomar suas operações no país rapidamente, caso a proibição seja revertida.
Em uma reviravolta política, o ex-presidente Donald Trump, já eleito novamente para a presidência, solicitou à Suprema Corte dos EUA que adiasse a suspensão do aplicativo. Ele afirmou que negociaria com os proprietários chineses para tentar “salvar” o TikTok, numa tentativa de manter a plataforma ativa para seus mais de 170 milhões de usuários americanos.
A ByteDance, apesar de ser uma empresa chinesa, conta com uma participação significativa de investidores americanos. Cerca de 60% de sua propriedade é controlada por grandes fundos de investimento, como BlackRock e General Atlantic, enquanto os 40% restantes são divididos entre os fundadores e funcionários da empresa. Além disso, o TikTok mantém uma operação robusta nos EUA, com mais de 7 mil funcionários.
O impacto do possível fechamento também gerou discussões sobre a possibilidade de um novo comprador para o aplicativo. O bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), entrou no cenário como uma opção. Segundo fontes da Bloomberg, Musk demonstrou interesse em adquirir o TikTok caso o governo e a empresa não cheguem a um acordo. Para Musk, a plataforma poderia ser uma ferramenta poderosa para amplificar suas ideias e também para impulsionar a publicidade das suas marcas. Em abril, ele expressou publicamente sua oposição ao banimento do TikTok, dizendo que isso violaria os princípios da liberdade de expressão, algo fundamental para a cultura americana.
Além disso, Musk mantém uma relação próxima com a China, especialmente com a cidade de Xangai, onde estabeleceu uma das maiores fábricas da Tesla em 2019, tornando a cidade um ponto central de suas operações globais.
