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O corpo de Santa Teresa de Jesus, falecida há mais de 400 anos, está em exposição pública pela primeira vez em 111 anos na Basílica da Anunciação de Nossa Senhora do Carmo, em Alba de Tormes, Espanha. A descoberta da preservação do corpo foi anunciada em março, sete meses após o caixão ser aberto para que os restos mortais pudessem ser estudados. Desde então, centenas de fiéis visitam a basílica para ver partes do corpo surpreendentemente preservadas, incluindo o coração. A exposição ficará aberta ao público até o dia 25 de maio, atraindo peregrinos e devotos interessados na vida e legado da santa.
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Segundo a equipe de antropólogos liderada pelo professor Luigi Capasso, o corpo de Santa Teresa está em estado de conservação excepcional, sem sinais de mumificação artificial. O especialista destacou que o pé direito, a mão esquerda, o coração e o braço esquerdo mantêm pele, tecido subcutâneo e músculos praticamente intactos. Essa preservação se deve principalmente às condições ambientais da urna de prata onde o corpo está guardado, um ambiente seco e sem umidade que desacelerou o processo natural de decomposição. Para evitar danos futuros, a equipe realizou a desinfecção da urna e aplicou técnicas para consolidar os restos mortais.
O corpo da santa já havia sido exibido em outras ocasiões, nos anos de 1582 (ano da sua morte), 1760 e 1914, mas esta é a primeira exposição desde então. A Diocese de Salamanca afirmou que a mostra é uma oportunidade histórica e única, que dificilmente será repetida em curto prazo. Além disso, a iniciativa busca fortalecer a aproximação dos peregrinos com a fé cristã e aprofundar o conhecimento sobre a vida de Santa Teresa, considerada pela Igreja a primeira mulher a receber o título de “Doutora da Igreja” na década de 1970, além de sua canonização em 1622 pelo Papa Gregório XV.
Santa Teresa de Jesus, cujo trabalho foi fundamental para a reforma do Carmelo Descalço, continua a inspirar milhares de pessoas ao redor do mundo. Sua vida e obra são celebradas não apenas por sua santidade, mas também por seu papel como escritora e pensadora que marcou a história religiosa do ocidente.