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Durante entrevista ao videocast Conversa Vai, Conversa Vem, a atriz Carolina Dieckmann falou abertamente sobre como sua aparência física impactou sua carreira. Segundo ela, já perdeu oportunidades em testes por “ser bonita demais” e ter “cara de rica”, estereótipos que com o tempo, deixaram de abrir portas e passaram a ser obstáculos.
Na conversa com a jornalista Maria Fortuna, Carolina foi direta: “Me fechou muitas portas, não é um papinho, é uma realidade. E me fechou mais portas recentemente do que no começo”, afirmou. Ela explicou que, no início da carreira, sua beleza dentro do “padrão” foi uma vantagem, principalmente em trabalhos como modelo e na minissérie Sex Appeal (1993), da TV Globo. No entanto, com o passar dos anos, o que antes era visto como um diferencial passou a ser motivo de exclusão.
A atriz contou que chegou a perder um papel de cozinheira de comunidade por não se encaixar no perfil visual que o autor esperava. “Aí o autor falou ‘não, ela não tem cara de cozinheira de comunidade’”, relatou Carolina. Na tentativa de reverter a situação, ela mudou o visual: escureceu os cabelos, usou lente e aplique, mas mesmo assim não foi aceita. A justificativa foi a mesma, que ela não parecia pertencer àquele universo. A atriz questionou a lógica por trás dessa decisão: “Por que não pode ter uma pessoa como eu na comunidade?”
Além desse caso, Dieckmann também relatou uma experiência recente em que foi considerada “colorida demais” para um papel. Ela tentou sugerir mudanças para se adequar ao personagem, mas ouviu que não havia nada a ser feito. Para a atriz, esse tipo de julgamento estético é mais um reflexo de preconceitos enraizados na sociedade. “Dizer que tenho cara de rica é preconceituoso. O que isso quer dizer? Que só loiro de olho azul pode ser rico?”, questionou. Segundo Carolina, rótulos como esses limitam a diversidade e impedem avanços na representatividade dentro da dramaturgia.