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A partir de terça-feira, 14 de janeiro, os filtros de realidade aumentada do Instagram e Facebook, incluindo os populares efeitos de beleza, foram desativados nas plataformas. A decisão, tomada pela Meta, afeta mais de 2 milhões de filtros criados por desenvolvedores independentes e marcas, além de outros efeitos publicitários. Essa mudança se deve ao encerramento da Meta Spark, a plataforma que permitia a criação e publicação de efeitos por criadores ao redor do mundo.
A principal alteração é que apenas os filtros desenvolvidos pela Meta continuarão disponíveis, com cerca de 160 filtros próprios ainda acessíveis aos usuários. Até o fim de 2023, a Meta contava com aproximadamente 600 mil desenvolvedores de filtros de realidade aumentada espalhados por 190 países. A decisão de descontinuar a Meta Spark foi anunciada em agosto de 2023 e faz parte de uma estratégia da empresa de redirecionar seus investimentos para outras prioridades, como o avanço de tecnologias de realidade aumentada, como os óculos inteligentes da Ray-Ban e o Quest. “Estamos comprometidos com nossos investimentos de longo prazo em novas plataformas que vão além das experiências 2D atuais”, afirmou a Meta no anúncio.
Para os usuários, a mudança não afetará diretamente as publicações antigas com filtros criados por terceiros, mas a partir de agora será impossível acessar novos efeitos. Essa transformação marca o fim de um ciclo de sete anos que ajudou a popularizar o uso de filtros de realidade aumentada nas redes sociais.
Além da Meta Spark, outras ferramentas associadas aos filtros também serão desativadas, como o Meta Spark Studio, o Meta Spark Player e o Meta Spark Hub, o que impede criadores de desenvolver e gerenciar novos efeitos. A decisão gerou críticas por parte dos criadores, que lamentaram a perda de opções para explorar a criatividade dentro das plataformas da Meta.
Esse movimento da Meta ocorre em um contexto mais amplo de crescente debate sobre os impactos dos filtros de beleza na saúde mental. Especialistas apontam que o uso excessivo desses filtros pode alimentar padrões de beleza irreais e gerar insatisfações com a própria imagem. Durante a pandemia, por exemplo, observou-se um aumento na procura por procedimentos estéticos, como rinoplastias, em razão da exposição das pessoas em lives e redes sociais.
Outras plataformas também têm tomado medidas semelhantes. O TikTok, por exemplo, passou a restringir o acesso a filtros de beleza para menores de 18 anos em novembro de 2023, numa tentativa de mitigar os efeitos negativos no bem-estar dos jovens.
A decisão da Meta não menciona diretamente a saúde mental, mas é claro que o impacto na autoimagem dos usuários tem sido um fator relevante. Muitos acreditam que a retirada desses filtros pode ajudar a reduzir a pressão por padrões de beleza irreais, incentivando uma abordagem mais natural nas redes sociais.
Com o fim dos filtros de criadores, as plataformas da Meta continuam sendo palco de discussões sobre identidade e imagem na era digital. Essa mudança abre espaço para repensarmos o papel das redes sociais em nossa percepção de beleza e o impacto dessas tecnologias na saúde mental.
