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Na manhã desta quinta-feira (24), uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) terminou com a morte de um pastor alemão de quatro anos no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte. De acordo com Michelle Pereira Santos, de 38 anos, o animal foi baleado na cabeça logo após os policiais arrombarem o portão de sua casa. A família afirma que os agentes estavam no endereço errado e que, mesmo assim, agiram de forma violenta e sem apresentar o mandado de busca e apreensão.
Segundo o relato da moradora, por volta das 6h, a equipe da PC chegou forçando a entrada. “Eles já chegaram abrindo o portão. Eles atiraram na cabeça do cachorro”, disse Michelle, visivelmente abalada. O cão, chamado Brutus, era considerado parte da família e dormia com os filhos dela. Na casa estavam Michelle, o marido e os três filhos, de 17, 15 e 9 anos. “Se ele estivesse com os meninos, teriam presenciado tudo. Foi aterrorizante”.
Durante toda a ação, a família teve armas apontadas para si, aumentando ainda mais o clima de tensão. “O risco de tomarmos um tiro também era grande”, declarou a moradora. Após a entrada, ainda conforme a família, os policiais teriam admitido que se equivocaram de endereço. A própria Michelle teve que acionar a Polícia Militar e a perícia da Polícia Civil, que demorou cerca de três horas para recolher o corpo do animal.
Outro ponto levantado pela família é a ausência de transparência. O marido de Michelle afirma que os agentes portavam um envelope, mas não mostraram nenhum mandado. “Tinha um papel dentro, mas não deixaram a gente ver. Ficamos sem saber se tinham mesmo autorização”, contou. Para eles, a abordagem foi completamente desproporcional e evidencia despreparo. “Estamos inconsoláveis. Meu filho de 9 anos queria ser policial. Agora, diz que não quer mais”, completou Michelle.
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Por meio de nota, a Polícia Civil deu outra versão. Segundo a corporação, a operação ocorreu para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no endereço. Ao chegarem ao local, encontraram o portão de ferro aberto e diversos cães no quintal. Ainda de acordo com o comunicado, os agentes usaram spray de pimenta para conter os animais, mas um pastor alemão teria avançado quando o portão foi empurrado levemente por um dos policiais, o que motivou o disparo. Michelle contesta: “Eles poderiam ter dado um tiro na perna do cachorro, só para impedir. É só para atirar que a polícia serve? Estão preparados só para atirar?”
