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Minas Gerais está vivendo uma situação inusitada: 221 candidatos a vereador nas últimas eleições não conseguiram receber nenhum voto. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mostram que esses postulantes sem apoio pertencem a 25 partidos, com destaque para o PP, PL, PSD e PT.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está em alerta e começou a investigar possíveis fraudes, conhecidas como candidaturas fantasmas. Segundo o MPMG, esses candidatos são usados para driblar as regras eleitorais e garantir que os partidos recebam recursos, mesmo sem apoio popular.
No PP, por exemplo, foram 18 candidatos que não marcaram presença nas urnas, enquanto o PL teve 16, a maioria em uma única cidade. O PSD também teve 16 e o PT, 15 postulantes que saíram zerados.
Os números são impressionantes: só no PP, 4.681 candidatos tentaram uma vaga nas câmaras municipais, e o PSD contou com 5.730. O PL levou 4.818 e o PT, 4.076.
Essas candidaturas fantasmas são uma maneira de os partidos cumprirem exigências legais, como a cota de 30% de mulheres nas chapas. No entanto, o TSE já tem critérios claros para identificar essas fraudes, como a falta de votos e movimentação financeira nas contas de campanha.
As consequências podem ser sérias: a descoberta de candidaturas fantasmas pode levar à cassação de registro dos partidos, inelegibilidade dos envolvidos e até mesmo a nulidade dos votos. O deputado estadual Domingos Sávio, presidente do PL em Minas, acredita que a maioria dos casos sem votos é resultado de desistências, e não de irregularidades. Já o presidente do PSD, Cássio Soares, afirmou que cada caso será analisado individualmente.
O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) ainda não conseguiu identificar essas candidaturas, e o Ministério Público Eleitoral promete tomar as medidas necessárias assim que for possível.