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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, admitiu nesta segunda-feira (28) que já tinha conhecimento das fraudes no INSS desde 2023. A declaração ocorre após a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), revelar um esquema de descontos associativos não autorizados feitos em aposentadorias e pensões. Segundo a investigação, entre 2019 e 2024, foram retirados R$ 6,3 bilhões dos beneficiários, embora o governo ainda não saiba exatamente quanto foi descontado de forma ilegal.
De acordo com Lupi, as primeiras denúncias chegaram ao INSS em junho de 2023, momento em que ele instruiu o órgão a iniciar as apurações. Apesar disso, o ministro reconheceu que houve demora na investigação. Durante a reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), em Brasília, ele afirmou: “Levou-se tempo demais”. O problema foi levado diretamente ao conhecimento de Lupi em 2023, mas medidas mais efetivas só começaram quase um ano depois, conforme revelou reportagem da TV Globo.
O caso ganhou ainda mais repercussão porque Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi para presidir o INSS, foi afastado na semana passada durante a operação e, em seguida, demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mesmo após a operação, Lupi saiu em defesa de Stefanutto, ressaltando que ele sempre demonstrou conduta exemplar, mas que agora é preciso aguardar o andamento das investigações, que tramitam sob segredo de Justiça.
As auditorias que deram origem à investigação começaram em 2023. A CGU fiscalizou 29 entidades que tinham Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS e encontrou graves irregularidades. Além de não terem estrutura adequada para prestar serviços aos beneficiários, cerca de 70% das entidades sequer apresentaram documentação exigida. Em 2024, a CGU encaminhou um relatório com recomendações para corrigir as falhas, mas a situação só veio a público com a deflagração da Operação Sem Desconto.
