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O módulo russo Kosmos 482, lançado pela antiga União Soviética em 31 de março de 1972 com destino a Vênus, nunca deixou a órbita da Terra. Agora, mais de 50 anos depois, ele está em queda descontrolada e pode reentrar na atmosfera terrestre nesta sexta-feira (10/05), por volta das 2h54 (horário de Brasília), segundo a mais recente atualização da Aerospace Corporation divulgada nesta quinta-feira (09/05). O dado traz uma margem de erro de apenas 4 horas e coloca o Brasil novamente na rota de risco, especialmente entre as regiões Sul e Nordeste.
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Ícone Amarelo – localização do objeto no ponto médio da janela de reentrada.
Linha Azul – incerteza da trajetória terrestre antes do meio da janela de reentrada (marcações em intervalos de 5 minutos).
Linha Amarela – incerteza da trajetória terrestre após o meio da janela de reentrada (marcações em intervalos de 5 minutos).
Observação: Possíveis locais de reentrada encontram-se em qualquer ponto ao longo das trajetórias terrestres azuis e amarelas. Áreas fora da linha não estão expostas aos detritos.
Linhas amarelas: trajeto terrestre antes do centro da janela de reentrada.
Linhas verdes: trajeto terrestre após o centro da janela de reentrada.
Vermelho: sobrevoos dentro de países europeus e territórios ultramarinos.
Observação: os possíveis locais de reentrada encontram-se em qualquer ponto ao longo das linhas amarela e verde. O ponto de reentrada é considerado a uma altitude de 80 km.
A situação preocupa autoridades e cientistas, porque ainda não há como saber com exatidão onde os destroços podem cair. O que se sabe até agora é que a estrutura reforçada do Kosmos 482 pode resistir ao calor intenso da reentrada, o que aumenta as chances que ela pode sobreviver e atingir o solo quase intacta. A previsão mais precisa até o momento aponta que, dentro da margem de erro, a nave soviética fará duas passagens sobre o Brasil: uma do Rio Grande do Sul até a Paraíba, e outra de Rondônia ao Amapá.
A segunda passagem é a que mais chama a atenção, pois está alinhada com o centro da previsão de impacto. Isso faz com que os estados de Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá estejam entre os locais com maior probabilidade de visualização ou queda de destroços. Embora a possibilidade mais considerada até agora seja a de que o módulo acabe no oceano, os riscos para áreas habitadas não estão descartados por algumas agências espaciais como vimos na imagem acima, onde a previsão é de queda em alguma parte da Europa.
Vale destacar que o fenômeno está sendo monitorado em tempo real por diversas agências espaciais e por rastreadores independentes ao redor do mundo. Ainda assim, o momento e local exato da reentrada depende de variáveis difíceis de prever, como a atividade solar e a densidade atmosférica em diferentes altitudes. Isso faz com que até as estimativas mais atualizadas ainda tenham um grau de incerteza elevado.