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Durante a primeira reunião ministerial de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou um tom mais firme com seus ministros, deixando claro que a gestão será mais centralizada. Em sua fala, ele anunciou que, daqui para frente, todos os atos normativos e decisões das pastas precisarão passar pela Casa Civil, comandada por Rui Costa. Embora não tenha feito críticas diretas, o presidente fez menção à crise gerada pela medida da Receita Federal sobre o Pix, que causou desgaste político para o governo.
“Daqui para frente é dedicação. Mais do que vocês já tiveram. Daqui para frente nenhum ministro vai poder fazer portaria que crie confusão para nós sem que essa portaria passe pela Presidência da República através da Casa Civil. Muitas vezes a gente pensa que não é nada, mas alguém faz uma portaria, faz um negócio qualquer e, daqui a pouco, arrebenta e vem cair na Presidência da República”, disse Lula aos ministros, cobrando mais cuidado nas decisões que afetam a imagem do governo.
O episódio envolvendo o Pix teve início com a implementação de uma instrução normativa que exigia que bancos reportassem movimentações superiores a R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas. A medida gerou uma onda de desinformação e levou o governo a recuar, revogando a normativa. A situação prejudicou a imagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e também gerou uma preocupação sobre a estratégia de comunicação do governo, que precisa se fortalecer até as eleições de 2026, quando Lula poderá tentar um novo mandato.
A reunião, que durou cerca de sete horas e ocorreu na Granja do Torto, residência oficial do presidente, serviu como um momento de reflexão sobre os próximos passos do governo. Lula reforçou que, apesar de estarmos em 2025, já é necessário pensar nas eleições do próximo ciclo político. Ele destacou que a prioridade deve ser a concretização das promessas feitas em 2022 e alertou que não é hora de criar novos programas, mas de fazer funcionar os que já foram anunciados.
Lula também ressaltou as mudanças no perfil do trabalhador brasileiro, que, segundo ele, agora busca ser mais empreendedor do que no passado. “O povo com que estamos trabalhando hoje não é o povo dos anos 1980, que queria ter emprego com carteira assinada. É um povo que está virando empreendedor e precisamos aprender a trabalhar com essa nova formação do povo brasileiro”, afirmou.
Além disso, o presidente não deixou de mencionar que a corrida eleitoral de 2026 já começou, embora seus adversários já tenham iniciado suas movimentações. “2026 já começou. Não por nós, que temos que capinar, mas, pelos adversários, a eleição do ano que vem já começou. Eles já estão em campanha. Nós não podemos antecipar campanha porque temos de trabalhar e entregar ao povo o que ele precisa”, declarou aos seus auxiliares, afirmando que o governo precisa focar na entrega dos compromissos feitos com a população.
Durante o encontro, Lula também apontou que o governo não tem mais espaço para cometer erros. Ele revelou que convocará alguns ministros para conversas individuais sobre o desempenho de suas pastas. O presidente também indicou que mudanças no ministério são iminentes, com uma reforma ministerial prevista para fortalecer a base política e garantir mais apoio no Congresso Nacional.
