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A sonda soviética Kosmos-482 ou Cosmos-482, lançada em 1972 com o objetivo de estudar o planeta Vênus, reentrou na atmosfera terrestre na manhã deste sábado (10) e caiu no Oceano Índico, segundo informações confirmadas pela agência espacial russa Roscosmos. O equipamento de 500 quilos, que permaneceu por mais de meio século em órbita da Terra, entrou nas camadas mais densas da atmosfera às 6h24 UTC (3h24 no horário de Brasília), cerca de 560 quilômetros a oeste das ilhas Andamão, pertencentes à Índia.
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A queda do Kosmos-482 gerou expectativa entre especialistas e astrônomos, especialmente por se tratar de uma reentrada não controlada. Apesar das incertezas quanto à possibilidade de a sonda atingir áreas habitadas, os destroços caíram no mar, ao sul da ilha de Jacarta, na Indonésia, sem causar feridos ou danos materiais. A Agência Espacial Europeia, que monitorava a trajetória da sonda com radares na Alemanha, confirmou que deixou de detectá-la pouco antes da queda, indicando que o impacto já havia ocorrido.
Um vídeo que circula pela internet mostra o momento em que a sonda Kosmos-482 se desintegrou ao entrar na atmosfera da Terra. As imagens foram registradas sobre o Peru, por onde o equipamento foi visto. A NASA estimava que a reentrada da sonda ocorreria entre os dias 7 e 13 de maio. No entanto, análises de astrônomos indicavam que os destroços poderiam atingir a Terra já na manhã deste sábado, o que de fato se confirmou. Por sorte, a queda se deu sobre o oceano e não em área continental, o que poderia representar riscos mais sérios à segurança pública. O Kosmos-482 tinha aproximadamente um metro de diâmetro, o que aumentava a preocupação com possíveis impactos.
Embora tenha sido projetada para explorar Vênus, a sonda nunca chegou ao destino final. Após o lançamento, ocorrido em 31 de março de 1972 pela extinta União Soviética, o equipamento não conseguiu se posicionar na trajetória correta e acabou preso na órbita baixa da Terra. Segundo a NASA, o projeto fazia parte do programa Venere, que tentou diversas missões interplanetárias para estudar o planeta vizinho. Logo após a tentativa de decolagem para Vênus, a nave se separou em quatro partes: duas delas se desintegraram em até 48 horas, enquanto as outras, incluindo a cápsula de aterrissagem, permaneceram em órbita elevada.