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Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, morreu aos 88 anos na madrugada desta segunda-feira (21), às 2h35 no horário de Brasília (7h35 em Roma). A morte foi confirmada pelo Vaticano. O líder da Igreja Católica desde 2013 faleceu após 12 anos de pontificado. Apesar de o Vaticano ainda não ter divulgado oficialmente a causa da morte, a imprensa italiana, como a agência ANSA, aponta que Francisco pode ter sofrido um AVC ou uma hemorragia cerebral. A confirmação oficial deve ser apresentada em coletiva ainda hoje. A saúde do pontífice, que vinha sendo monitorada há meses, já preocupava fiéis ao redor do mundo, especialmente após episódios recentes de bronquite e pneumonia.
Neste domingo de Páscoa (20), um dia antes da morte, o Papa Francisco fez sua última aparição pública, em uma emocionante celebração na Praça de São Pedro, no Vaticano. Em suas redes sociais, ele escreveu: “Na maravilha da fé pascal, trazendo no coração todas as expectativas de paz e libertação, podemos dizer: Convosco, Senhor, tudo é novo. Convosco, tudo recomeça”. A mensagem com tom de despedida marcou seu último contato com os fiéis e evidenciou a fé que sustentou seu ministério até o fim.
Francisco foi o primeiro papa a adotar esse nome, inspirado por São Francisco de Assis, o “santo dos pobres”. A sugestão veio do cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes. O argentino rompeu paradigmas ao priorizar temas sociais e ambientais dentro da Igreja. Defensor do diálogo inter-religioso e dos direitos das minorias — incluindo pretos, indígenas, pessoas LGBTQIA+ e refugiados —, o papa também se posicionou contra as guerras e promoveu um pontificado baseado no acolhimento, na paz e na compaixão. Por isso, era considerado por muitos como o verdadeiro representante do amor de Cristo no mundo contemporâneo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de sete dias no Brasil pela morte do pontífice. Em nota, Lula afirmou que “a humanidade perdeu uma voz de respeito e acolhimento ao próximo, que propagou diariamente o amor, a tolerância e a solidariedade”. O presidente também destacou a atuação do papa em pautas como as mudanças climáticas, as desigualdades sociais e a defesa dos mais vulneráveis. “Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco levou ao mundo uma mensagem de união, justiça e esperança”, concluiu.
Com a morte do Papa Francisco, o processo para escolha de um novo líder da Igreja Católica será iniciado nas próximas semanas. O Conclave, reunião secreta composta por cardeais de todo o mundo, deve começar entre 15 e 20 dias após a morte, conforme as normas estabelecidas por João Paulo II em 1996. Dos 252 cardeais vivos, 138 estão aptos a votar. Reunidos na Capela Sistina, os cardeais eleitores permanecem isolados do mundo até alcançar um consenso. O novo papa é escolhido com pelo menos dois terços dos votos e, assim que aceito, o resultado é anunciado ao mundo por meio da tradicional fumaça branca.
