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As Bolsas de Valores registraram fortes quedas nesta sexta-feira (4) após a China anunciar retaliação às tarifas impostas pelos Estados Unidos, decisão que elevou o nível da guerra comercial global e acendeu o alerta nos mercados. O Ibovespa, principal índice da B3, caiu 2,96% no dia e acumulou perda de 3,52% na semana. Já o dólar comercial disparou 3,68%, encerrando o dia cotado a R$ 5,83 — a maior alta diária desde novembro de 2022.
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A tensão se intensificou após o presidente Donald Trump anunciar, na última quarta-feira (2), novas tarifas sobre produtos chineses. Como resposta, o governo da China decidiu adotar medidas retaliatórias, aumentando ainda mais a incerteza nos mercados globais. A União Europeia também já indicou que pode reagir, ampliando o temor de uma recessão mundial e complicando possíveis acordos comerciais que poderiam amenizar os impactos das tarifas.
As principais Bolsas da Europa fecharam o dia em forte queda: Frankfurt e Londres recuaram cerca de 5%, enquanto Madri e Milão registraram perdas de 5,83% e 6,53%, respectivamente. No Japão, a Bolsa de Tóquio caiu 2,8%. Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, tombou 5,82% e acumula queda de 10% na semana, entrando em território de “bear market”, quando há risco de desvalorização de 20% a partir do último pico.
No mercado de câmbio, o fortalecimento do dólar foi evidente. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas fortes, subiu cerca de 1%. As moedas mais afetadas foram o dólar australiano, com queda de mais de 4%, seguido pelo neozelandês, o real e os pesos colombiano e mexicano. A escalada do dólar reflete o receio dos investidores de um desaquecimento mais severo da economia global.
“Foi mais um dia de grande incerteza, em que fatores externos falaram mais alto e deixaram o mercado dividido entre o risco inflacionário e o medo de uma freada brusca na economia global”, afirmou Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.